A Câmara da Covilhã foi desafiada a colaborar no processo de identificação dos presos políticos do concelho durante o Estado Novo e a fazer-lhes uma homenagem pública, por exemplo através da criação de um memorial, uma ideia que tem o acolhimento do município.
O pedido de colaboração foi feito na quinta-feira, 08, durante a sessão evocativa dos 45 anos da Constituição da República, promovida pela União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), por José Pedro Soares, da União dos Resistentes Antifascistas em Portugal (URAP) e antigo prisioneiro político.
Para o orador da sessão realizada no Auditório Municipal, na qual participou por videoconferência, José Pedro Soares informou que esse levantamento está a ser feito a nível nacional, nomeadamente junto da Torre do Tombo, e que é um trabalho moroso e difícil, por alguma documentação já ser de difícil leitura. O antigo resistente antifascista deu o exemplo do município de Peniche, que disponibilizou a ajuda, durante algum tempo, de uma pessoa a tempo inteiro, para essa tarefa.
O dirigente da URAP mencionou a importância da Covilhã na luta contra a ditadura, recordou as muitas pessoas que pagaram com o cárcere e considerou importante lembrar e homenagear quem, “nos tempos difíceis, lutou pelos direitos dos outros”, porque “Portugal deixou de ser o país mais atrasado da Europa”, mas “nada caiu do céu, resultou da luta de anos dos democratas”.
“Esse trabalho faz todo o sentido”
O vereador José Miguel Oliveira, presente na sessão, mas que se ausentou antes do final, devido a outro compromisso, manifestou ao NC a disponibilidade do município para colaborar nesse trabalho e para “procurar sinergias” entre diferentes entidades com interesse no assunto, depois de se perceber qual a melhor “metodologia”.
“Eu acho que esse trabalho faz todo o sentido. Até pode envolver outras entidades nessa colaboração, por forma a conseguir-se esse objectivo de identificar os presos políticos do concelho”, referiu o autarca, sem se comprometer com recursos em concreto ou com datas.
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