Que balanço e avaliação faz do mandato que termina?
Considero que a minha principal tarefa, enquanto presidente da Câmara, tem sido preparar o concelho da Guarda para um grande ciclo de aumento da qualidade de vida dos seus habitantes, criando condições para a subida sustentada do seu rendimento médio “per capita”. Temos conseguido isso com a aceleração da economia local. Eu e a minha equipa temo-nos empenhado a fundo na criação de condições para atrair investimento produtivo, tecnológico e gerador de emprego para a Guarda.
Também temos apostado muito na educação. Criámos as chamadas “salas do futuro”, distribuímos computadores, estamos a dar bolsas aos estudantes do Ensino Superior que se inscrevem no Instituto Politécnico da Guarda ou na Universidade da Beira Interior.
E apostámos decisivamente na qualificação urbanística da cidade da Guarda para tornar o seu centro mais atractivo e mais confortável para quem cá vive e para quem nos visita. A cultura e o turismo pós-pandemia são elementos chave desse processo.
Quais as maiores dificuldades que encontrou nestes quatro anos?
Temos de dividir o mandato em duas partes: enquanto era vice-presidente da Câmara; e quando passei a ser presidente. A fase de transição não é fácil, uma vez que a estrutura estava habituada a um certo tipo de liderança e passa a ter um novo estilo a comandá-la. A experiência entretanto adquirida, ajudou, e o bom espírito de quase toda a equipa também.
Mas a grande dificuldade foi a pandemia da covid-19. Ninguém estava preparado para isto. Verificámos, porém – quer por mérito dos serviços camarários, quer por mérito dos agentes sociais da Guarda – que este concelho tinha uma rede competente para enfrentar e para combater a covid-19 e as suas consequências sociais e económicas. Felizmente, a boa situação financeira do Município da Guarda permitiu-nos em 2020, e agora em 2021, canalizar meios muito substanciais para enfrentar a pandemia.
“A Guarda tem que ter uma ligação directa à Serra da Estrela”
Quais as obras mais significativas que destaca?
Gostaria de começar pelos Passadiços do Mondego, que lancei no terreno já como presidente de Câmara. É um primeiro passo de um projecto de ligação da cidade da Guarda ao maciço central da Serra da Estrela. Trata-se de começar a construir uma rota, de dar uma expressão física, rodoviária, ao estatuto que a Guarda tem de capital da Serra da Estrela. A Guarda tem de ter uma ligação directa ao coração da Serra. É inexplicável como é que isto nunca foi uma prioridade para os anteriores presidentes de Câmara. Trata-se também de construir um circuito turístico baseado nos produtos que dão uma identidade ancestral ao território da Guarda.
(Entrevista completa na edição papel)