Em tom de brincadeira, há quem por vezes lhe chame no balneário “doutor”. Não se pode dizer que Filipe Cardoso mudou de margem, porque desde que as pequenas pernas de oito anos corriam atrás de uma bola que a ambição tinha o tamanho de um dia vir a ser jogador de futebol.
O médio sempre remou para o mesmo cais: conseguir viver do futebol era o desejo maior, a Medicina apareceu-lhe no caminho quando pensou que nem todos chegam à meta e que, mesmo atingindo o objetivo, deve existir uma rede para evitar quedas desamparadas e o abismo de quem não se precaveu com uma solução alternativa.
Aos 26 anos, Filipe Cardoso é jogador do Sporting da Covilhã, o primeiro emblema com quem assinou um contrato profissional, em 2019. O ´trinco` alinhava no seu clube de sempre, o Coimbrões, ao mesmo tempo que concluía o curso de Medicina. O convite serrano “chegou na altura certa”. “Eu entreguei a dissertação em Junho e em Julho estava aqui a treinar”, conta, ao NC.
O médio defensivo, que este ano se afirmou e se encontra em final de contrato, tinha o fito principal no futebol, mas a atenção era dividida em igual medida entre os estudos e os treinos e jogos. Se a proposta dos serranos não tivesse surgido, teria começado o ano comum, a trabalhar num hospital, a tentar conciliar com os relvados, a mudar o foco para a profissão a seguir, mas o sonho foi cumprido aos 24 anos e o estetoscópio foi posto de lado, até a carreira de futebolista acabar e o percurso na Medicina, o projecto para o futuro, ser retomado.
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