A análise possível

Luís Pereira Garra

 

Fiquei apreensivo quando pensei escrever sobre os resultados das eleições autárquicas no concelho da Covilhã. A incerteza ainda era muita e quase toda a gente dizia que ia ser difícil governar a Câmara.  Contados os votos, verificou-se que tudo foi mais fácil: o PS ganhou com maioria absoluta para a Câmara Municipal, para a Assembleia Municipal e ganhou a esmagadora maioria das freguesias.

Para esta vitória expressiva não há uma explicação única e também não é aconselhável uma análise definitiva. Para a vitória terá contribuído a força do símbolo do PS (a célebre mãozinha) que lhe permite partir sempre em vantagem, terão contado os méritos, a afabilidade e a simplicidade do Hélio Fazendeiro e também não se pode desvalorizar a campanha subterrânea e feia de descredibilização de outros candidatos. Foi tudo isto, mas, para mim, talvez o receio da ingovernabilidade da Câmara tenha levado o eleitorado a dar uma vitória folgada ao PS na Covilhã.  Tenha sido o que fosse, vitória é vitória e esta é incontestável. E há perdedores? Claro que há!

Perdeu o PSD e a estratégia isolacionista da sua direcção local e de quem a aconselhou, já que passou de três para um vereador e apenas ganha duas freguesias.

Perdeu Carlos Martins, pois, embora sendo eleito vereador, ficou muito aquém do seu objectivo de ganhar ou de contar para fazer maioria nos órgãos.

Perde o CDS e a IL de Eduardo Cavaco e Adolfo Mesquita Nunes. É certo que Eduardo Cavaco foi eleito (mas o CDS já tinha uma vereadora), mas não conta para uma maioria como desejava, e lembro que a última vez que o CDS (sem a IL) foi a votos teve mais de quatro mil votos e agora ficou-se pelos dois mil e quinhentos.

Perde o CHEGA, porque ficou muito longe dos seu proclamado objectivo de eleger pelo menos um vereador e porque ficou aquém dos cinco mil e duzentos votos obtidos nas eleições legislativas.

Depois temos a CDU que perde em votos, em percentagem e em mandatos. Em contrapartida (e esta é a parte boa), ganha a junta de freguesia da Boidobra, mas perde quase cento e setenta votos (o que obriga a uma reflexão sobre as razões da perda) e conquista a junta de freguesia de Unhais da Serra. Desta forma aumenta em mais um elemento a representação na assembleia municipal, passando de três para quatro elementos.

Uma nota final sobre Vítor Pereira! Vitor Pereira é um perdedor em Belmonte, pois um paraquedista de nome António Beites venceu e convenceu com uma maioria absoluta. Esta derrota contribuiu para que o PS passasse oficialmente (na prática não será assim) de oito para nove câmaras no distrito. Por outro lado, Vítor Pereira perdeu as apostas no Fundão e em Vila de Rei e viu estreitar-se a vantagem em Castelo Branco. No entanto, também tem uma vitória, já que viu o Hélio Fazendeiro e o José Miguel Oliveira serem eleitos como presidentes de Câmara da Covilhã e Penamacor, respectivamente.

Agora vem a posse e depois o trabalho e aí é que vai ser a prova dos nove. A todos desejo bom trabalho.

 

 

 

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