Arranca esta quinta-feira, 3, no Centro Histórico da Covilhã, a sexta edição do festival Porta do Sol, promovido pela Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA), e que contempla 32 atividades, e trazer até à zona central da cidade as artes de rua.
O objetivo é, segundo o diretor artístico do festival, Sérgio Novo, “dar novas vidas ao Centro Histórico da cidade”, lançando “as sementes para o futuro das artes de rua na cidade”, promovendo assim também a discussão em torno da defesa do espaço público e a recuperação do património urbano degradado.
Ao longo de três dias (festival decorre até sábado, 5) haverá inúmeras iniciativas que passam pela dança vertical, o circo contemporâneo, a dança, concertos, instalações artísticas, oficinas, visitas guiadas, atividade infantis ou residências artísticas. Um programa “diversificado”, segundo Sérgio Novo, que mostra o crescimento do evento ao longo das anteriores edições e a ligação às pessoas e ao local onde se realiza.
Entre diversos destaques, mais uma vez a parede lateral da Igreja de Santa Maria acolhe um espetáculo de dança vertical, protagonizado pelos argentinos Cia Amor Eterno, inspirado num cruzamento do tango, fado e flamengo com a música eletrónica. Uma estreia mundial do espetáculo intitulado “Volver” que decorre amanhã, sexta-feira, 4, às 22:30.
De realçar ainda no sábado, 5, às 22 horas, o espetáculo de circo contemporâneo “Flotados”, dos espanhóis David Moreno e Cristina Calleja, que decorre no Pelourinho, onde vai estar um piano suspenso a oito metros de altura.
O Portas do Sol tem ainda uma parceria com a Biblioteca Municipal para a criação de atividades para o público infantil e juvenil, uma tentativa de aproximação dos mais novos ao festival, de modo a que tenham um “papel mais ativo” no mesmo, frisa Sérgio Novo. Uma dessas iniciativas decorre hoje, quinta-feira, 3, entre as 10 e as 14, sob o título “Tu és arte”. Ainda hoje, no largo Dr. Valério de Morais, na rua Portas do Sol, pelas 17:30, decorre um debate com os candidatos à Câmara da Covilhã sobre os planos para a cultura na Covilhã.
Apesar das obras que decorrem no Miradouro Portas do Sol obrigarem ao reajuste de alguns locais dos espetáculos, será naquela rua que muitas das iniciativas decorrem, como uma Street Food, o Mercado Negro ou uma oficina de circo comunitário, que já está a decorrer. Atrás da Câmara decorrem também diversos concertos, como o de hoje, quinta-feira, 3, com Xico Gaiato e Onde Habitam as Sombras, ou Omiri, no sábado, 5.
Segundo Rui Pires, programador do Festival, o evento procura ir ao encontro da necessidade de “reparar, preservar e transformar o espaço público” e dar palco às diferentes manifestações artísticas no centro histórico da Covilhã. Uma das novidades, este ano, é a criação, pela primeira vez, de uma extensão do festival, entre 14 e 18 de julho, em Fornos de Algodres, no distrito da Guarda.
Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da cultura na Câmara da Covilhã, frisa que o Portas do Sol “traz nova vida e vida diferente ao Centro Histórico” da cidade e apelida o evento de um espaço de “credibilidade, diferenciação e relevo”. “Desde a primeira edição ocupa um lugar muito específico e está a fazer o seu caminho de uma forma cada vez mais relevante e diferenciadora”, acrescenta a vereadora. “A comunidade já está à espera de certas manifestações e expressões artísticas”, garante a autarca.
Segundo o diretor artístico, o orçamento é de 98 mil euros, um terço para pagar aos artistas, e a Câmara da Covilhã atribuiu, pela primeira vez, um apoio financeiro, no valor de 25 mil euros, além da ajuda prestada com a logística.