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A coligação que faz falta ao Governo

Nuno Ezequiel Pais

(Conselheiro Nacional do PSD)

Luís Montenegro terá uma vida complicada enquanto primeiro-ministro. Não é por não ter uma maioria absoluta: é por não ter parceiros interessados em aprovar medidas concretas.

O primeiro governo de Costa foi tranquilo porque o BE queria dizer aos portugueses que fazia falta à governação e o PCP tinha queria retomar a força sindical, impondo uma

reversão na TAP. E passaram todo o mandato agarrados ao acordo feito com Costa.

Agora, nem PS nem Chega têm interesse em medidas na governação porque se sentirão prejudicados com qualquer avanço que o governo consiga. O PS quer hoje coisas que

nunca defendeu, entre as quais resolver a vida dos professores e dos polícias. O Chega também afirmou que quer resolver todos os problemas do mundo. Porém, tanto PS como

Chega querem mais ser o principal partido da oposição do que ajudar a resolver problemas.

O PS adoraria dizer que ajudou a repor salários de professores ou aprovar subsídio de risco para forças de segurança. Mas sabe que o Chega anseia por dizer: “o PSD escolheu o PS, eles são farinha do mesmo saco. Por isso o Chega não vai aprovar o orçamento”. E vice-versa: o Chega quer mostrar que faz falta ao governo de Portugal, mas sabe que o PS acusaria o PSD de fazer alianças com a extrema-direita.

É com este ambiente infantil, imaturo, que o governo tem de lidar. E as grandes prioridades de Montenegro, elencadas pelo próprio, não são coisas pequenas: baixar o IRS, sobretudo para a juventude e classe média; baixar também o IRC nos próximos três anos; isentar de IMT na primeira casa e baixar o peso fiscal e as burocracias na área da habitação; apostar na educação, como fonte de riqueza, melhorando as condições da profissão; melhorar a saúde; resolver a “fuga de cérebros”, e outras medidas para reverter os problemas de natalidade.

Para conseguir cumprir os objetivos, com quem é que o governo terá de se coligar? Com os portugueses! É falando diretamente para os portugueses que Montenegro terá de explicar as suas medidas, opções e prioridades. Não é com isso que conseguirá aprovar orçamentos, mas é com base nessa relação permanente, honesta e clara com o eleitorado que Luís Montenegro conseguirá ganhar as eleições seguintes se lhe mandarem o governo abaixo.

 

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