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A Democracia

Mesmo distante da perfeição. Assim. Façamos alarde dela. Sejamos fanfarrões. Ostentemos a Democracia. Pura e dura. Esta que temos, que é única. Mesmo que seja “o pior dos regimes, à excepção de todos os outros”. É esta Democracia que estamos permanentemente a pôr em causa, quando viramos as costas a bens tão preciosos, mas tão preciosos, como as liberdades de expressão, de informação, de comunicação. Sejamos realistas. Já o escrevi nestas páginas, a situação dramática por que passam esteios do jornalismo português, não deixa de ser uma metáfora do processo de extinção a que ao longo das duas últimas décadas, pelo menos, votamos dezenas de meios de comunicação, e como autorizamos, licenciamos formas desprestigiantes, populistas, medíocres de tratar o jornalismo, e a maneira desprendida como atiramos centenas de operários do bem escrever e informar, para o desemprego. Profissionais de “mão cheia” que ao serviço apenas das suas próprias, independência e isenção, contribuíram para a consolidação de um regime, em que se pretende dar voz a todos. Outros houve, porém, que preferiram optar por uma “agenda” de interesses políticos, económicos, deitando fora códigos de ética e de deontologia, que venderam a “alma ao diabo “e que hoje são tão ou mais culpados que os que olharam para isto, para a gestão da imprensa, apenas como meio de conseguir a perpetuação do poder existente, ou de alcançar reconhecimento social e mais-valias financeiras. Sim, por participação, por omissão, ou por falta de capacidade de indignação, também somos responsáveis pelo fim dos jornais. Cada vez que vozes se calam e a tinta se acaba, a democracia fica mais pobre, e abre caminho a regimes totalitários, encabeçados por líderes sem escrúpulos, dirigentes de baixo nível e empresários gulosos. Não é isso que queremos, pois não?! Não! Queremos um país referência. Que respeite sem cedências as liberdades civis e políticas, e coloque num patamar de excelência, o exercício imparcial da justiça, o funcionamento dos seus governos, e a liberdade total da imprensa. Resistamos à tentação da solidariedade de fachada, hipócrita, fazendo boas escolhas políticas, e sobretudo exercendo sem medo, o cabal escrutínio.

O Notícias da Covilhã nasceu há 111 anos. A 12 de Janeiro de 1913 com o nome A Democracia. Nesta edição homenageamos os seus fundadores, celebramos a Liberdade, e do mesmo modo encorajamos a tremenda luta que jornalistas e todos os trabalhadores dos órgãos de comunicação social enfrentam. Hoje e sempre. Por um país livre!

NOTA: Esta edição do Notícias da Covilhã tem o nome A Democracia, aludindo ao título original da publicação. Edição simbólica e única.

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