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A feira de São Tiago

António Freitas

(Presidente da concelhia do CDS/PP)

Tem estado a decorrer mais uma edição da Feira de Santiago, uma Feira que “não deve ser só música”. Tendo em conta o discurso proferido no ano anterior e após um período marcado pela pandemia que não permitiu certamente a autarquia fazer melhor, aguardava-se este ano que a feira fosse finalmente algo de diferente.

Julgo que a maior expectativa seria mesmo se a Câmara da Covilhã conseguiria alguma vez fazer com que esta feira volte a ter o nome e a importância que tinha antigamente, juntando a tradição com a inovação. Mas realmente, acabamos por verificar que a criatividade só funciona em algumas áreas da nossa autarquia.

Se por um lado temos que dar os parabéns à Associação Empresarial AECBP, que acabou por revolucionar e apresentar uma nova cara num determinado espaço da Feira, anunciando 27 empresas e a parceria com a Confraria da Pastinaca e do Pastel de Molho da Covilhã, permitindo ter 40 stands com o tecido empresarial do concelho, por outro lado não nos podemos deixar levar por esta imagem que, apesar de traduzir a evolução dos tempos, contrasta com a presença de apenas um agricultor ou vendedor de fruta do nosso concelho.

Quando se ouve na Assembleia Municipal, pelas palavras do senhor presidente da Câmara, aquilo que ouvimos relativamente a este evento, no sentido de encontrar ideias que se possam a adaptar a esta, está tudo dito em relação à falta de estratégia a que nos vão habituando.

Ora, realmente falta muito para que esta feira possa voltar a ser a feira de São Tiago da Covilhã onde a tradição se alia com a modernidade, onde o rural se mistura com o urbano.

Mas não é preciso ser muito criativo, nem lançar concursos de ideias, para percebermos que, numa feira onde passam milhares de pessoas diariamente, faltam os produtos tradicionais, os “live cookings”, experiências vínicas, os cantares dos ranchos, a arte, entre outras tradições que se vão relegando para fora do espaço desta feira, retirando da sua essência, a finalidade com que foi criada.

A falta de ligação e a crispação entre os diversos departamentos e pelouros da autarquia é cada vez mais óbvia.  Mais importante do que fazer tudo, é fazer melhor. A Covilhã e os covilhanenses merecem.

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