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“A ferrovia pode ser um instrumento de promoção turística”

“A ferrovia pode ser um instrumento de promoção turística. Este é mais um produto turístico pouco explorado. O turismo ferroviário está em crescimento e Portugal não pode ficar fora dele”, disse o ministro das Infra-Estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, na Covilhã, dia 4, durante a cerimónia de inauguração da reabertura do troço até à Guarda.

Esse foi o mote para a covilhanense Adriana Travasso se aproximar de uma das assessoras da comitiva e lhe entregar a dissertação feita no âmbito da sua licenciatura, há 15 anos, sobre o aproveitamento turístico do potencial da Linha da Beira Baixa, um trabalho que considera poder ser revisto e estar atual, por entender ser uma vertente “subaproveitada”, que com a reabertura da via até à Guarda faz ainda mais sentido.

Quando o ministro discursou, Adriana Travasso, 37 anos, com formação na área do Turismo, não imaginava que o governante fosse fazer essas afirmações e dar o exemplo de países onde o aproveitamento da ferrovia para vender pacotes turísticos geram receita e têm procura, mas, por ser “um dia histórico”, já se encontrava na Estação muito antes de Pedro Nuno Santos fazer a viagem da Guarda até à Covilhã.

“Há um aproveitamento turístico que pode ser feito, recuperando o património ferroviário e também todos os recursos naturais existentes ao longo da Linha, desde Lisboa até à Guarda, quer sejam recursos ao nível natural, cultural ou patrimonial”, defende a formadora na área da sustentabilidade. “Temos aqui um potencial produto turístico não só para dinamizar a ferrovia, mas também para dinamizar as regiões por onde passa a Linha da Beira Baixa”, acrescenta, em declarações ao NC.

As viagens com muita adesão do comboio mistério

Adriana Travasso faz a comparação com outros países, onde há operadores turísticos especializados em vender viagens de comboio e por outras agências que têm programas para explorar o que está ao longo dos cursos das linhas.

“Aqui, até Santarém, podemos falar da beleza arquitectónica das estações ferroviárias, com toda a azulejaria, depois o património natural em Vila Velha de Ródão, Constância, Vila Nova da Barquinha, nesta zona as Aldeias Históricas, a Serra da Estrela, a paisagem natural das cerejeiras, a própria construção da ferrovia, com as suas pontes”, elenca a covilhanense, que considera este recurso “subaproveitado turisticamente”, mas “com um potencial importante”.

A formadora e consultora acentua as mais-valias que essa aposta poderia aportar à região, à cidade e aos agentes locais. Uma decisão que “não seria novidade”, uma vez que por volta de 1930 havia os chamados comboios mistério, que vinham sem os passageiros conhecerem o destino, habitualmente a Covilhã e a Serra da Estrela, e que tinham “muita adesão”.

(Notícia completa na edição papel)

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