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A história repete-se

São várias as edições do “A Democracia” que reportaram sobre a chamada “gripe espanhola” que assolou a Europa e Portugal, tendo chegado também à nossa Beira. Ao comemorarmos os 101 anos do nosso título, arrancamos com uma nova rúbrica para reportar o que então era notícia.

Na inauguração desta rúbrica reportamo-nos à edição de 27 de Outubro de 1918, em que o Bispo da Guarda, então D. José Alves Matoso, dirigiu à Diocese da Guarda uma “provisão” sobre o acontecimento.

Paralelamente ao que hoje se passa, o Bispo da Diocese confiava ao clero de então o dever de dirigir “as mais ardentes preces com o coração contrito e humilhado” pelo fim da gripe que trouxe muitos casos mortais “sobretudo aos concelhos do Sabugal e Penamacor”.

No entanto, ao contrário de hoje, era pedido que a missa fosse celebrada com o intuito de suplicar auxílio divino, “durante três dias consecutivos, em todas as egrejas e capelas públicas, com exposição do Santíssimo no throno ou à boca do sacrário”.

Além disso, à época era dada autorização para “procissões de penitência (…) comtanto que não se realisem de noite”, refere o texto.

Um dos dados interessantes do documento, publicado em primeira página, é a valorização da ciência na cura da gripe broncopneumónica. Numa época de profunda apologia católica, D. José Matoso escreve que “à oração e à penitência devemos juntar os meios que a experiência e a sciencia nos oferecem para prevenir ou debelar a cruel epidemia” e pede aos párocos que colaborassem com as autoridades e que fizessem uso dos meios higiénicos que eram propostos.

Na mesma edição era anunciada uma procissão de penitência nas ruas da Covilhã, saindo da igreja da Misericórdia com as imagens do Sr. dos Passos e de S. Sebastião, apelando à participação dos cristãos “em grande número”.

“A Democracia”, nessa mesma edição, fazia alerta para o “exageradíssimo preço por que se vende a carne nos talhos, os ovos, o leite, os frangos, galinhas e os medicamentos mais necessários para a cura da epidemia”.

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