Foi, na região, talvez a união que mais tinta fez correr, a mais polémica, que até originou um incidente eleitoral, com a destruição da urna de voto em sinal de protesto. Em 2013, com a lei que extinguiu algumas freguesias de Norte a Sul do País, Casegas e Ourondo, no concelho da Covilhã, tiveram que se unir, mas este “casamento forçado” nunca foi bem aceite ao longo de oitos anos. Em que viveram “unidas, de facto”, mas com poucas relações de “amor” ou “amizade”. Passado este tempo, já está aprovada pelo Governo a lei que pode levar ao tão desejado divórcio.
“É hora de exigir que sejam criadas as freguesias de Casegas e Ourondo, extintas por agregação, em 2013” frisa o presidente desta União de Freguesias, César Craveiro, vincando que os eleitos locais já manifestaram essa vontade à Associação Nacional de Freguesias, “que a seu tempo será certamente auscultada”.
De facto, a proposta de lei nº68/XIV/2ª abre caminho a esse desejo. Já foi entregue na Assembleia da República e define os critérios para voltar a criar, extinguir ou modificar o actual mapa de freguesias. Para algumas das localidades que tiveram que se juntar, uma notícia recebida com agrado. É o caso de Casegas/Ourondo. “Durante os últimos oito anos, as populações de Casegas e Ourondo, condenadas a uma coabitação forçada, nunca aceite pelas comunidades locais, lutaram contra a injustiça que lhes foi feita com a Reorganização Administrativa do Território das Freguesias, à revelia da vontade popular. Foi um ataque à autonomia local, sem precedentes” explica César Craveiro. Que admite, no entanto, que “fomos alimentando a esperança (alicerçada em promessas) que na anterior legislatura fosse feita justiça com as comunidades locais, que não foram ouvidas nem respeitada a sua vontade, o que não veio (infelizmente) a acontecer.”
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