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Abate de árvores volta a gerar discussão

Presidente diz que no lugar dos 27 plátanos cortados em Unhais vão ser plantadas 33 árvores de fruto

O abate de árvores no concelho voltou a ser alvo de discussão na reunião publica da Câmara da Covilhã, desta vez devido aos plátanos cortados na Avenida das Termas, em Unhais da Serra, com a oposição a questionar na sessão de sexta-feira, 26, se a decisão foi apoiada num relatório fitossanitário e o presidente, Vítor Pereira, a considerar ter-se tratado de “uma inevitabilidade”.

“O que se pretende com este projeto é tornar mais bonita aquela avenida. Até lá, leva tempo”, respondeu o presidente, em resposta a Pedro Farromba, que recordou as árvores cortadas no âmbito da requalificação da Avenida Frei Heitor Pinto e alertou que a Avenida 25 de Abril “vai pelo mesmo caminho”.

Vítor Pereira esclareceu que nem todos os 27 plátanos abatidos em Unhais da Serra tinham problemas fitossanitários, mas que “três ou quatro estavam a entrar pelas janelas ou pelos telhados” dos residentes, que pediram o seu corte.

Mas o presidente afirmou que para o local está prevista “uma compensação”, uma vez que está projetada, na Avenida das Termas, a plantação de 33 árvores de fruto, como laranjeiras e cerejeiras, e elas “não crescem instantaneamente”.

Quanto aos troncos dos 27 plátanos abatidos, onde foram feitos orifícios para servirem de floreiras, o presidente reconhece que “não é bonito de ver, mas quem concebeu o projeto criou uma alternativa interessante, que é introduzir terra no tronco e ali serem plantadas ervas e arbustos, que depois vêm descendo pelo tronco abaixo e embelezam aquela avenida”.

“Até lá, tem menos bom aspeto, ou tem mau aspeto”, admitiu Vítor Pereira, que manifestou a sua confiança nos projetistas e realçou ser contra o corte de árvores, mas que elas não se podem sobrepor a possíveis danos provocados em bens e pessoas.

O vereador da coligação PSD/CDS/IL Pedro Farromba questionou a maioria sobre a existência de um relatório fitossanitário que justifique o abate dos plátanos em Unhais da Serra.

Segundo Serra dos Reis, o vice-presidente, com o pelouro do Ambiente, “os técnicos foram lá e fizeram um inventário” sobre as que precisavam de poda e as que tinham de ser alvo de abate, além de ter informado que alguns moradores promoveram um abaixo-assinado a solicitar o corte, porque as raízes se infiltram nos quintais e os ramos deterioram caleiros, chaminés e telhados.

Na semana passada a CDU informou ter formalizado uma queixa junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana, depois de representantes da coligação terem visitado a Avenida das Termas e terem contactado com a população.

“Estranha operação esta, que procede ao abate de dezenas de árvores saudáveis e a transformação de parte do que restou dos troncos em floreiras”, referiu a coligação que junta o PCP e Os Verdes, para quem o abate dos plátanos é “um ato completamente inaceitável, levado a cabo sem qualquer informação, justificação e explicação à população, com consequências ambientais consideráveis, restando saber com que fundamento e se foi ou não autorizado, em Pleno Parque Natural da Serra da Estrela”.

O abate de árvores tem motivado a intervenção de munícipes, ao longo do último ano, nas sessões públicas da Câmara da Covilhã, a questionarem as motivações para a remoção das árvores da Avenida Frei Heitor Pinto, a pedirem que fosse divulgado o projeto da obra, a interpelarem sobre as árvores em frente à Banda da Covilhã e a solicitarem os relatórios fitossanitários que justificaram o abate de dezenas de árvores.

Os cidadãos que se têm deslocado às sessões públicas camarárias têm também argumentado que as copas ajudam a baixar a temperatura nessas artérias no verão, num concelho onde se costumam registar temperaturas elevadas, e têm invocado razões de sustentabilidade para manter as árvores nas zonas urbanas.

Vítor Pereira referiu que em alguns casos as árvores estavam doentes, em outros foi necessário cortá-las para facilitar a mobilidade dos munícipes.

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