Até dezembro a Universidade da Beira Interior (UBI) prevê iniciar as obras de transformação da antiga Cantina da Boavista numa residência de estudantes com capacidade para 25 camas, um espaço para atividades extracurriculares e a requalificação do jardim.
É esse o prazo apontado pelo reitor, Mário Raposo, caso os trâmites do concurso público para a empreitada, com um prazo de execução de 210 dias e data para a entrega de propostas até 23 de agosto, decorram normalmente.
O aviso para a abertura do procedimento foi publicado na segunda-feira, 15, em Diário da República, por um valor base de 1,2 milhões de euros, mais o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Segundo o reitor, a intervenção, de 1 milhão e 180 mil euros, tem uma comparticipação de cerca de 700 mil euros no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e a maioria é suportado pela instituição.
“Queremos ter mais oferta de qualidade a preços sociais, a um preço controlado”, em que será dada prioridade a alunos mais carenciados do ponto de vista económico e que vão pagar “cerca de 90 euros por cama”, frisou Mário Raposo.
De acordo com o reitor, a antiga Cantina da Boavista, edifício há mais de uma década inativo, “fica inserido no casco urbano da cidade e mais perto de algumas faculdades”. Além de recuperar património, será criado mais alojamento.
De acordo com o reitor, a antiga Cantina da Boavista será convertida em residência para estudantes, com 25 camas, mas o edifício tem ainda “um espaço grande externo e uma nave que também será recuperada para atividades extracurriculares dos alunos”, por exemplo para utilização das tunas, núcleos ou outros grupos da academia.
Mário Raposo acrescentou que os trabalhos da residência I, a chamada Residência Branca, em Santo António, a segunda maior, a seguir à Pedro Álvares Cabral, no Sineiro, devem ter início em breve, depois de o concurso público ter sido lançado em março. A empreitada representa um investimento de cerca de 2,4 milhões de euros, com uma comparticipação de 1,6 milhões de euros, e serão mais 125 camas disponíveis e desativadas desde 2021.
Em janeiro do ano passado a UBI inaugurou a primeira residência de estudantes do país requalificada ao abrigo do PNAES, uma cerimónia que contou com a presença do então primeiro-ministro, António Costa.
As obras na residência III, localizada junto à Cantina de Santo António, informalmente conhecida como Benetton e rebatizada Retrofit, com 47 camas, representou um investimento de 801 mil euros, muito acima dos 591 mil euros previstos, devido ao aumento da globalidade dos custos de construção, com uma comparticipação de 474 mil euros do PRR.
Em março o reitor informou que a renovação das residências IV e V, junto aos pavilhões da universidade, ficará “para o início do ano que vem”.
A UBI, frequentada por cerca de dez mil alunos, tem cerca de 80% dos estudantes deslocados e Mário Raposo destacou a importância de ter camas a preços sociais, um “apoio considerável” para as famílias.
A instituição de ensino superior tem neste momento disponíveis 650 camas e, após as intervenções previstas no alojamento, passará a ter capacidade para dar respostas a 800 alunos.
Em 2021 a instituição de ensino superior anunciou um investimento de cinco milhões de euros para a requalificação de três residências de estudantes e a adaptação de um novo espaço, após terem sido aprovadas as candidaturas ao PRR.