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Abrigos inspirados em “choças” de pastores são convite ao refúgio

Sem televisão e com acesso apenas em jipe 4x4, os três abrigos de montanha criados na Serra da Esperança convidam casais a isolarem-se na natureza

Quem circula na nacional 18, vindo da Covilhã, se olhar para a Serra da Esperança, em Belmonte, verá que surgiram três construções, numa espécie de V invertido, a fazerem lembrar uma tenda de campismo, e instalados entre grandes pedras de granito, longe de tudo e todos. Tratam-se de abrigos de montanha, a nova aposta da Turiesperanza, empresa proprietária do TheVagar (projeto de turismo rural localizado na antiga Casa da Chandeirinha), que devem abrir este mês, embora já não na data inicial expectável, esta sexta-feira, 14, Dia dos Namorados, face a “alguns atrasos que surgiram”.

“Era para aí que tínhamos apontado. Já temos muitas reservas para março e já contamos inclusive com lista de espera” explica ao NC Marta Domingos, empresária, que com o marido, André, gere todos estes empreendimentos turísticos localizados em Belmonte.

Tratam-se de três abrigos, inspirados nas tradicionais “choças” dos pastores, e que “homenageiam a arquitetura e a cultura da região”, utilizando materiais autênticos, “que asseguram uma perfeita harmonia com a paisagem circundante e conferem ao projeto um sentido de pertença” frisa a empresa. Um investimento na casa dos 350 mil euros, com fundos próprios, embora esteja ainda pendente uma candidatura a apoios efetuada junto da RUDE, associação de desenvolvimento local. “Vamos ver o que é disponibilizado” frisa Marta, que revela que construir aquelas estruturas em plena serra, a 700 metros de altitude, num local apenas acessível de jipe 4×4, não foi fácil. “Foi difícil, até no que diz respeito às infraestruturas básicas, como a eletricidade. Foi tudo montado lá, mas este era um projeto no qual já trabalhávamos há cinco anos, que teve que passar pelo crivo e avaliação de muitas entidades” explica Marta, garantindo que todos os licenciamentos necessários, para construir no meio da natureza, foram obtidos.

Para beneficiar de uma “experiência sensorial única, onde o isolamento e a serenidade do ambiente natural convidam à introspeção e à reconexão com o que realmente importa”, os clientes têm que ir, ou a pé, pelos trilhos, ou num jipe que os transporta da “casa mãe”, a antiga Chandeirinha, até lá. Uma aventura para quem valoriza a paz e o silêncio como luxo. “Há cada vez mais pessoas a procurarem este tipo de oferta. Pessoas que vivem nas grandes cidades, no meio do trânsito, do stress, que procuram um refúgio” explica Marta, lembrando que estes abrigos são também um convite ao abrandar, ao viver sem pressa, conceito defendido no TheVagar. Aliás, as estruturas estão separadas, por si, numa distância considerável, de forma a assegurar total privacidade aos hóspedes. “Faz todo o sentido que assim seja. Existem diversos glampings em que os mesmos estão quase lado a lado, mas a nós, o que nos pedem, é este distanciamento” frisa.

Estes três alojamentos têm algumas particularidades. Além de estarem em zona isolada, são apenas destinados a adultos, e têm quase total ausência de tecnologia. Existe rede WiFi, eletricidade e água, mas televisão, por exemplo, não entra. “Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se. Há muita gente a procurar isto. Casais, com filhos, que têm a primeira escapadinha romântica em casal depois de muitos anos sempre a priorizarem os filhos” conta Marta. Abrigos criados “especificamente a pensar em quem procura tranquilidade, privacidade e uma profunda conexão com a natureza” e que está em sintonia com “as expectativas de muitos dos hóspedes que têm passado pelo TheVagar, nomeadamente casais que procuram escapadinhas, ou amigos à procura de fugir à rotina do dia a dia.”
Pais que, “apesar de adorarem viajar com a sua família, sentem a necessidade de se permitirem viver momentos de descanso e cuidado pessoal, essenciais para a saúde mental e o bem-estar” frisa a empresa, que diz receber frequentemente “relatos de cansaço extremo, o que reforça a importância de criar espaços onde as pessoas possam simplesmente desacelerar. A experiência nos abrigos foi desenhada a pensar neste nicho específico e de forma a elevar a oferta que já disponibilizamos na casa-mãe.”

No futuro, numa propriedade com 245 hectares, a possibilidade de crescer “de forma sustentável” é real, pelo que surgirem novos abrigos é uma hipótese. No entanto, “queremos, acima de tudo, privilegiar a qualidade, privacidade e exclusividade da nossa oferta. As nossas decisões são tomadas cuidadosamente, sempre com foco na experiência dos nossos hóspedes” frisa a empresa. Para já, existem estes três. Uma noite custa partir de 260 euros e inclui pequeno-almoço e transfer em jipe entre a casa-mãe e os abrigos. A ocupação máxima é de duas pessoas por abrigo.

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