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“Ainda fará sentido celebrar o Dia Internacional da Mulher?”

Graça Rojão

Directora Executiva da CooLabora

Se podemos afirmar que nas últimas décadas houve conquistas assinaláveis nos direitos das mulheres, temos também de reconhecer que ainda há muito a fazer para atingirmos uma efectiva igualdade. Aliás, é cada vez mais evidente a necessidade de defender os direitos já conquistados. Estamos em plena campanha eleitoral e há forças políticas retrógradas que tentam confundir a justa luta pelos direitos humanos das mulheres com o que designam por “ideologia de género”, expressão abominável, usada para desconsiderar as desigualdades que as mulheres continuam a viver no dia-a-dia.

Não queremos, porém, que este dia sucumba à lógica do mercado, reduzindo-se a ramos de flores e a caixas de chocolates. Este é um dia de festa mas também de mobilização contra as desigualdades. E de que desigualdades falamos? Falamos, por exemplo, da incidência da violência de género, que afecta desproporcionalmente as mulheres, das disparidades salariais para trabalho igual, do desequilíbrio na distribuição do trabalho doméstico e de cuidado, da ausência de paridade na representação política, do acesso efectivo à saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente à interrupção voluntária da gravidez, para referir algumas das causas que nos mobilizam.

Este é um dia internacional que nos desafia a olhar para o nosso contexto e também para a situação global das mulheres. Embora haja diferenças significativas, ainda nenhum país atingiu a igualdade plena. Perguntamo-nos então se será possível mudar a situação das mulheres no mundo sem transformarmos o próprio mundo. Esta é também uma questão que nos inquieta quando ouvimos soar cada vez mais alto os tambores da guerra.

Queremos um mundo em que o cuidado das pessoas e do planeta esteja no centro de todas as preocupações, pois é ele que tece a teia que segura a vida.

Continuaremos a celebrar o Dia Internacional da Mulher para honrar a história desta data, para defender as conquistas que alcançámos e, sobretudo, para nos mobilizarmos porque o caminho é longo.

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