Manter, até 2029, a mesma linha de atuação seguida nos últimos três anos, que passaram pela estabilização financeira da instituição, o reforço de meios humanos e materiais, e uma constante aposta na formação. É este o objetivo da presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Belmonte, Anabela Pinto, que se recandidata ao cargo nas eleições que estão marcadas para a próxima segunda-feira, 15, entre as 19 e 21 horas, no salão polivalente do quartel da corporação.
Anabela Pinto, na última assembleia geral de sócios realizada no final do mês passado, prometeu, para os próximos três anos, uma linha de orientação “que será a mesma” dos últimos três, com investimento em mais equipamentos de proteção individual para o efetivo, que também tem que “obrigatoriamente” comprar novo fardamento de cerimónia, já que o existente já não cumpre normativos legais. “Vamos ter que mudar a farda, pois a lei mudou” disse.
Numa reunião em que os poucos sócios presentes aprovaram por unanimidade o plano de atividades e orçamento para 2026, a líder diretiva lembrou que, no início do próximo ano, a corporação irá receber uma nova viatura de combate aos incêndios, que está a ser preparada, fruto de uma candidatura ao Portugal 2030, em que a Associação apenas assumirá o IVA do custo total do carro (estimado em 243 mil euros), que posteriormente será devolvido, e que a Câmara pagará 15% do valor da aquisição. Anabela Pinto adiantou ainda já ter a garantia do novo presidente de Câmara, António Luís Beites, de que essa comparticipação será uma realidade.
A líder associativa mostrou-se satisfeita com o parque automóvel que a corporação tem, nomeadamente no transporte de doentes não urgentes. “Temos uma frota boa e pessoal qualificado” disse, lembrando que mesmo que, noutras áreas, como os fogos florestais, se queiram sempre ter mais meios, “temos que trabalhar com o que temos, mas felizmente estamos bem”. Também ao nível dos recursos humanos, Anabel Pinto se mostrou agradada com os que existem, numa altura em que o corpo ativo cresce, já que também no final de novembro foram investidos na carreira de bombeiro dez novos elementos, subindo assim o corpo ativo de 45 para 55 bombeiros, quando o quadro de pessoal homologado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) prevê lugar para 89 bombeiros. Este foi o primeiro resultado visível de uma campanha de angariação de novos voluntários lançada há sensivelmente um ano pela corporação, sob o slogan “umas horas da tua vida por uma vida inteira”, levada a cabo em colaboração com o município. Anabela Pinto acredita que mais podem vir a ingressar na corporação. “Foi muito bom. Também temos sete estagiários que podem vir a ser bombeiros, e uma escola de cadetes que recomeçou a atividade, e tem 18 miúdos, mais que no ano passado. Temos mais efetivos e o interesse pelos bombeiros está a aumentar “, assegura a presidente da direção.
Quanto a sócios, “há mais pessoas que nos procuram, e isso é muito bom”. Durante a reunião, Anabela Pinto revelou que a partir de agora, os bombeiros que sejam simultaneamente sócios deixarão de pagar quotas, como “benesse”, uma proposta da direção que ainda será levada a uma assembleia geral de sócios, e que será extensiva aos bombeiros do quadro de honra.
Neste momento, as maiores receitas da Associação chegam da Autoridade Nacional de Proteção Civil, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), dos serviços de transportes de doentes, e da autarquia. Os sócios representam nas contas e orçamento para 2026, apenas 1,5% do total, ou seja, cerca de 20 mil euros, de um plano de um milhão e 340 mil euros. “É um orçamento que, no seu todo, não difere muito dos últimos anos”, garante Joaquim Vitória, tesoureiro da instituição.


