Esperou-se até à última para confirmar um “resultado histórico” no concelho, como o classificou o candidato. António Luís Beites, pelo Nós Cidadãos, não só venceu a Câmara, como o fez com maioria absoluta, conseguindo três mandatos no executivo, contra um dos socialistas e um dos social-democratas. Por isso, festejou-se muito nas ruas de Belmonte (de vermelho vestidas), até bastante tarde, em especial na zona mais central, perto da estátua de Pedro Álvares Cabral.
“Foi uma grande vitória. Pela maioria absoluta. É uma grande responsabilidade que o povo de Belmonte me colocou nas costas. É para isso que cá estou. Foi para isso que me candidatei: para trabalhar por este grande concelho”, disse o homem que liderou Penamacor nos últimos 12 anos. Que elogiou a “mentalidade e cultura” do povo belmontense, ao eleger uma candidatura que só concorreu à Câmara e Assembleia Municipal (que também ganhou), e a nenhuma junta. “Conseguiram distinguir um projeto autárquico diferente dos restantes. Alguns não acreditavam que pudéssemos ganhar uma Câmara sem concorrer a uma freguesia. Ficou a prova que é possível. Estarei cá para, a partir do dia em que tomar posse, trabalhar com todos os presidentes de junta. Não é uma resposta a ninguém. É para trabalhar”, garantiu ao NC. Beites acredita que a população “confiou em nós” e diz que agora precisará de conhecer a realidade da autarquia, para decidir “por onde começar”.
Vítor Pereira, candidato do PS, já disse que assume “pessoalmente” a responsabilidade da derrota, mas garante que irá ser vereador. “É uma derrota minha e não de um coletivo. Respeitamos a vontade popular.” António Cardoso Marques, da coligação PSD/CDS, acredita que tinha “o melhor projeto, reformista para o concelho, mas é assim a democracia”. E mantém: “sou um homem de palavra e verdadeiro. Sempre informei o eleitorado do que pensava”, disse, para justificar que não estará no executivo. Carlos Afonso, da CDU, nem conseguiu ser reeleito como vereador, mas diz que tinha consciência de que poderia acontecer. “Não era o que esperava. O Nós veio baralhar isto tudo e teve uma vitória estrondosa. Houve vontade de mudar, e acharam que seria nessa força política. Há que aceitar as regras. Estava preparado psicologicamente para não ser vereador, onde achava que podia continuar a dar o meu contributo.”
Na assembleia municipal, o Nós Cidadãos terá seis eleitos, sem maioria, pois o PS elegeu cinco, o PSD três e a CDU um. A estes elementos juntam-se ainda os presidentes de Junta eleitos: Hugo Adolfo (Belmonte/PS), Silvério Quelhas (Caria/PSD), Luís Adolfo (Inguias/PS), Alexandra Pombo (Maçainhas/PSD) e Pedro Almeida (Colmeal da Torre/Independente).