O Fundão vai atribuir apoios até mil euros mensais para atrair médicos, professores e militares da GNR, de acordo com o Regulamento para Atribuição Excecional de Incentivos à Fixação de Profissionais de Serviços Públicos Essenciais no Concelho, aprovado na Assembleia Municipal.

Os incentivos incidem na redução de 50% no IMI e nas taxas e licenças relativas à construção da primeira habitação no concelho ou, em alternativa, um apoio pecuniário até mil euros mensais para habitação própria no município, pelo período máximo de um ano, que, “em casos extraordinários”, pode ir até três anos, segundo o presidente da autarquia, Paulo Fernandes.

“No caso dos médicos pagamos também a deslocação, desde que a soma das duas coisas [habitação e viagens para as extensões de saúde] não seja superior a mil euros”, pormenorizou o edil.

Paulo Fernandes justifica a medida por serem classes onde há carência de profissionais, em áreas em que a situação se pode agravar. No caso dos militares da GNR, o presidente refere a “grande rotatividade” no agrupamento e a maior probabilidade de, dessa forma, se fixarem no Fundão.

“São claramente, em termos de serviço público, essenciais, aqueles onde nós sentimos que pode haver mais dificuldades hoje no seu recrutamento e fixação no nosso território”, explicou Paulo Fernandes.

Segundo o presidente, o programa “está muito orientado para atrair médicos para o território”.

Mas o autarca esclarece que, por cada ano de apoio, o profissional tem a obrigação de se fixar o dobro do tempo no concelho.

Segundo Paulo Fernandes, mais de dez mil pessoas no Fundão estão sem médico de família, cerca de metade da população, e “a situação é muito grave” no que toca aos cuidados de saúde primários.