Os Núcleos Regionais de Castelo Branco e de Portalegre da Quercus registaram, desde a passada sexta-feira, 8, “águas extremamente poluídas”, como descrevem em comunicado, desde a entrada do rio Tejo em Portugal, em Vila Velha de Ródão, chegando até ao município Mação.
A organização explica que este crescimento anómalo das microalgas “é cíclico, devido às condições de calor e luminosidade. Mas a sua intensificação resulta de vários fatores, sobretudo da concentração elevada de nutrientes”. Adiantam, ainda, que os nutrientes mencionados têm origem nas descargas de águas residuais, de esgotos, sem tratamento adequado e nas escorrências de fertilizantes agrícolas que se vão acumulando no fundo das albufeiras da Extremadura.
A Quercus refere ainda que a livre gestão das descargas de caudais das barragens da empresa Iberdrola piora a situação, sendo permitida “para maximização do lucro proveniente da produção de energia hidroelétrica”. A organização exige “a intervenção urgente do Ministério do Ambiente e Ação Climática” e considera que este “deve exigir explicações ao seu congénere espanhol, visto que esta situação, que ocorre ano após ano, constitui um agravamento adicional do estado ecológico das massas de água do rio Tejo em Portugal”.
O comunicado termina considerando que “há fundamento para apresentar uma queixa à Comissão Europeia contra os governos de Portugal e Espanha. Dado que a gestão das barragens para a produção hidroelétrica com critérios meramente economicistas, de maximização do lucro, sem atender nem minimizar os efeitos de poluição do rio, viola a diretiva – Quadro da Água”. E afirma que “o rio Tejo não é propriedade de nenhuma empresa. É natureza e pertence a todos os seres do planeta, humanos e não humanos: é um bem comum que tem de ser preservado e respeitado”.