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As armas

“Pode ter o senhor Almirante a certeza, que se a Europa for atacada e a NATO lhe exigir, a juventude portuguesa vai morrer em todo o lado menos onde a Europa achar que deve morrer"

E os novos barões que aqui e ali vão surgindo, parecendo dispostos a, por mares que sabe-se lá como serão navegados, pegar em armas e abrir fogo pela pátria. Ou será pelo conjunto das pátrias que compõem a União Europeia?! Parece haver, de facto, um “tocar a reunir”, uma espécie de preparação para a guerra que se adivinha. Esta semana, mais do que as barbaridades do “senhor embaixador”, dos tiros para todo o lado, do ventura sub-23, ou do “só mais uma coisa” do senhor presidente, são os sinais que vêm do estado calamitoso a que chegaram as relações entre os grandes líderes europeus, que potenciam um cenário de guerra alargada cada vez mais provável. Será exagero pensar-se que um “engano” russo ou um “exagero” ucraniano devidamente suportados pelas alianças que se vão formando e posicionando, pode espoletar o início de um conflito à escala mundial? Andam os portugueses muito satisfeitos a fazer “um,dó,li,tá” para ver quem está, quem está em melhores condições para servir os seus interesses no grande Parlamento Europeu, enquanto que no quadro da Aliança Atlântica parece tudo a postos para o combate.

A Europa está perante a evidência de um extravasar do conflito no leste, como fica bem patente nas movimentações militares, e na assumpção de tempos difíceis e duvidosos por parte dos dirigentes. Há na Europa uma desconfortável sensação de insegurança, ao ponto de países como Portugal começarem a pensar na captação imediata de jovens mancebos para incorporarem “bolsas de defesa”. No caso de sermos atacados, claro está. Por estes dias parece ter-nos escapado, talvez porque a campanha eleitoral europeia nunca foi tão engraçada, logo tão apetecível, que o “senhor almirante” apareceu na comunicação social, com uma virtuosa mensagem de ataque à “pandemia” da guerra, sensibilizando-nos para a defesa da Europa. Gouveia e Melo afirma que “eles”, os navios da Federação Russa navegam cada vez mais por estes mares e há que controlar esses movimentos marítimos. Mais, sublinhou convictamente em entrevista a uma televisão portuguesa que “estamos prontos para morrer pela Europa”. Pode ter o senhor Almirante a certeza, que se a Europa for atacada e a NATO lhe exigir, a juventude portuguesa vai morrer em todo o lado menos onde a Europa achar que deve morrer.

Não estou a ver a malta a pegar em armas para qualquer tipo de defesa. À pátria que não a sentem, muito menos essa coisa híbrida e hipócrita a que chamam de União. Disso pode estar certo, senhor Almirante. E olhe que mais dinheiro para as Forças Armadas, também não estou a ver. Mas lá está, em guerra tudo muda.

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