Procurar
Close this search box.

“As portas que Abril abriu jamais poderão ser fechadas”

Curta com José Manuel Alves, 74 anos, jornalista "por paixão" em Castelo Branco

Onde estava quando se deu a revolução de abril de 74? O que recorda?

Era militar no Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco. Recordo que naquela manhã ouvi na rádio que havia um golpe de estado em Lisboa. Liguei para o quartel, rapidamente me mandaram apresentar.

Que se seguiu?

Entrámos de prevenção. Os portões do quartel foram fechados. Foi nos entregue uma arma G3 e o capacete. Estivemos sempre prontos para avançar para Lisboa, mas tal não foi necessário, pois o golpe foi pleno de sucesso.

Sentiu algum receio ou, por outro lado, vontade de avançar?

Senti receio. Era casado e pai de dois filhos. Mas também uma vontade indomável de avançar

Para quem viveu o antes, que significaram os dias seguintes ao 25 de abril?

Foram dias de verdadeira festa, liberdade a sério. Uma sensação de quem se libertou das amarras que condicionavam os movimentos.

50 anos depois, como vê os valores de abril? Valeu a pena?

Valeu a pena. Mas sinto uma grande apreensão, porque esses valores foram fruto de muita luta, enorme espírito pela liberdade. As portas que Abril abriu jamais poderão ser fechadas. Por outro lado, nunca esquecer os milhares de jovens que morreram nas denominadas guerras coloniais

Ter vindo a ser jornalista foi consequência de abril? Desse amor à liberdade?

Também posso dizer que sim. Mas desde criança que tinha o “sonho” de ser jornalista, talvez porque o meu pai era colaborador da imprensa escrita e um homem de causas.

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2024 Notícias da Covilhã