“Até que enfim”. Foi assim que Carlos Fernandes, presidente da Associação de Moradores das Penhas da Saúde, classificou na segunda-feira, 12, no salão nobre da Câmara da Covilhã, a assinatura do protocolo de cedência de um terreno para construção da sede da associação, uma aspiração antiga, que remontava já a 2009, e que poderá agora ver a luz do dia.

O espaço, de 103 metros quadrados, é cedido pela Comunidade dos Baldios de Cortes do Meio, uma alienação que, contudo, obriga a que a associação realize a obra nos próximos cinco anos. Caso contrário, o terreno agora alienado regressa à posse dos Baldios.

“Procuramos assim responder a uma necessidade e reivindicação de há muitos anos, da associação. A cedência foi aprovada pelos compartes, mas a sede deverá estar concluída em cinco anos. Não é uma alienação definitiva. Achamos que é um prazo razoável e suficiente” afirma Jorge Viegas, presidente da Comunidade de Baldios e, também, presidente da Junta de Freguesia de Cortes do Meio. Caso o prazo não seja cumprido, a alienação caduca e o terreno volta a ser baldio, explica. O protocolo implica, contudo, que na sede haja um espaço para que a Junta possa ter material promocional sobre a freguesia.

Jorge Viegas explica ainda que, caso a Associação de Moradores seja extinta, tudo o que for realizado no terreno (por exemplo, o edificado) reverte para a Comunidade de Baldios.

Carlos Fernandes, presidente da Associação, lembra que ter uma sede é uma aspiração muito antiga. “Precisamos de um espaço, para ter as nossas coisas, documentos, por exemplo, e onde os sócios se possam reunir. Isto arrasta-se desde 2009. Agora, começa outra guerra, que é a construção da sede. Temos que ver onde ir buscar dinheiro, que o que temos não chega para construir uma parede” frisa, pedindo desde logo apoios quer à Junta, quer à Câmara da Covilhã.

Jorge Viegas promete apoio, mas avisa que agora é tempo da Associação trabalhar. “Deixa de haver desculpas” afirma, considerando que este é também um passo importante para a própria freguesia e para as Penhas da Saúde. “Dará mais vida aquele local. Era uma aspiração legítima” garante.

José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara, diz que uma associação sem sede “perde um pouco a sua identidade” e promete ajuda camarária para este desiderato. “A Câmara está de boa fé, pois sempre foi tónica dela dotar as associações de sedes sociais. E é importante recordar que temos quase 300 associações no concelho” frisa.