Um grande espetáculo de futebol, com emoção, muitos golos, mas com uma derrota extremamente penalizadora para o Sporting da Covilhã, que vê os lugares de acesso ao play-off de subida à II Liga cada vez mais distantes. Os leões da serra perderam, no passado domingo, no Santos Pinto, por 3-4, na 11ª jornada da série B da Liga 3 e baixaram ao penúltimo lugar da tabela, com 11 pontos, já a seis dos lugares de acesso à promoção (quarto classificado é o Caldas, com 17 pontos).
O jogo até começou de feição para os serranos. Aos seis minutos, Diogo Ramalho roubou a bola a Ni, progrediu pela direita e descobriu nas costas da defesa da Briosa o brasileiro Lucas Daurte, que segurou e rematou de pronto, de pé direito, com força, sem hipóteses para António Filipe. Mas a resposta estudantil foi pronta. Aos 10 minutos, o “chatinho” e corpulento francês Ba Sy recebeu a bola na esquerda do ataque, rematou de forma quase inofensiva, mas dois desvios, de David Santos e Tiago Caveira, acabaram por trair Rafa, que foi buscar a bola ao fundo das redes pela primeira vez.
Antes do intervalo, mais três lances dignos de registo. Aos 19, Dener deambulou da direita para a esquerda, rematou fora da área, para boa defesa de António Filipe. E pouco depois foi a vez de Ba Sy, em iniciativa individual, ameaçar, mas Rafa resolveu, com uma saída expedita. E já nos descontos do primeiro tempo, o Covilhã adiantou-se no marcador. Canto na esquerda do ataque, bola na área e Lucas Duarte, de cabeça, entrar de rompante e a fazer o segundo dos serranos.
Ba Sy foi “quebra-cabeças”
Na segunda parte, porém, tudo se alterou. A Académica veio mais esclarecida dos balneários, começou a dominar e empatou cedo. Jogada no lado esquerdo do ataque, aos 50 minutos, cruzamento bem medido de Vítor Bruno e ao segundo poste, completamente à vontade, Vasco Gomes, de cabeça, a marcar. O Covilhã sentiu o golo, e pior ficou quando cinco minutos depois, a Briosa passou para a frente do marcador. De novo o possante avançado francês Ba Sy a fazer das suas, arrancando para a área (serranos pediram falta sobre Nico), a dançar sobre um defesa serrano e a rematar para a baliza, sem hipóteses para Rafa.
O Covilhã respondeu, foi criando dificuldades, tentou a meia distância para colocar António Filipe à prova, mas foi a Académica a marcar de novo, aos 87 minutos, e a sentenciar a partida. Nova “dança” de Ba Sy, na esquerda, tabela simples e Duarte Carvalho, acabado de entrar, de pé direito, já dentro da área, a não ter dificuldade em bater o guardião serrano.
Apesar da derrota quase certa, os serranos nunca desistiram e ainda viriam a reduzir, de novo por Lucas Duarte (autor de um hat-trick inglório), aos 90+1, numa grande penalidade que castigou bola no braço, num remate dele próprio. António Filipe, guardião academista, ainda foi obrigado, até final, a duas intervenções apertadas (90’+3 e 90’+4), mas o triunfo da Académica acabaria por confirmar-se.
Com a pausa para os jogos das seleções, o Covilhã só volta a jogar para o campeonato a 30 de novembro, com uma sempre complicada deslocação às Caldas da Rainha. Antes, recebe, a 24, o Rebordosa, para a Taça de Portugal, competição em que os leões da serra têm a hipótese de chegar a uma fase mais adiantada da competição.