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Azeitona galega de mesa certificada já à venda

Objetivo é aumentar o rendimento dos produtores de um produto que desde o ano passado tem Indicação Geográfica Protegida

A azeitona galega, típica da região, começou na semana passada a ser comercializada em conserva, para servir à mesa, as primeiras certificadas com a Indicação Geográfica Protegida (IGP) e já disponíveis nos supermercados.

O objetivo, explica João Pereira, presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), é utilizar um recurso à disposição para aumentar o rendimento dos produtores de uma variedade tradicional que rende menos azeite, é mais propícia a apanhar doenças e pragas, tem maiores custos de produção, por ser difícil mecanizar a apanha, e que é necessário preservar.

“A IGP só é atribuída a produtos que têm uma história, têm um saber e, sobretudo, têm uma ligação muito forte ao território, como acontece com a azeitona galega da Beira Baixa”, salientou João Pereira.

Canalizando uma parte da produção para a azeitona de mesa, é uma forma de aumentar o rendimento de quem continua a ter este tipo de olival, de sequeiro.

O presidente da APABI explica que, ao contrário de outras zonas do país, em que foram plantados olivais vastas áreas de olival intensivo, com outro tipo de variedades, na Beira Baixa isso não aconteceu e reforço ser necessário encontrar mecanismos para garantir a continuidade da azeitona galega, evitar o seu abandono e, se possível, estimular o interesse em novas plantações.

“O intuito é disponibilizar aos nossos produtores um instrumento que valoriza a azeitona que eles produzem e os olivais, que são de sequeiro, que são tradicionais, e desta forma combater o abandono”, referiu João Pereira.

A separação da azeitona galega para conserva vai implicar maior cuidado na colheita, para poder ter boa apresentação à mesa.

João Pereira destacou que os estudos feitos pela associação apontam para que o custo adicional que pode haver no setor da produção para azeite em relação aos cuidados adicionais para fazer conservas “são largamente ultrapassados depois pelo valor final do produto”.

Depois de um processo iniciado em 2017, a azeitona galega da Beira Baixa obteve em março de 2023 da União Europeia a certificação IGP.

João Pereira destacou o papel da APABI em garantir a continuidade da variedade e reforçou que a região é “um museu vivo” da azeitona galega da Beira Baixa, conservada segundo métodos ancestrais através de uma fermentação natural com flora endógena.

A designação IGP pode ser utilizada apenas por produtores e transformadores desta variedade de azeitona nas áreas circunscritas a todos os concelhos do distrito de Castelo Branco e Mação, no distrito de Santarém, desde que cumpram os requisitos necessários.

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