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Bairro da Alegria vai ser condomínio fechado

Obras nas primeiras 28 casas começam nas “próximas semanas”

As obras de requalificação das primeiras 28 casas do Bairro da Alegria começam “durante as próximas semanas”, adiantou ao NC Luís Dias, o responsável da empresa que comprou o antigo bairro operário, que passará a ser um condomínio todo vedado.

Entre a intervenção a fazer nesta primeira fase está a “criação das condições para delimitar toda a propriedade que constitui o Bairro da Alegria, quer durante a obra, como também após a obra
terminada”, explicou o empresário.

A intervenção que vai agora começar visa a remodelação de 28 casas nas ruas no cimo do bairro, as mais próximas da Rua da Saudade, e o prazo de execução é de um ano e meio, todas com tipologia T1, o alojamento predominante nas remodelações que se têm verificado no núcleo histórico da Covilhã nos últimos anos.

Luís Dias sublinha estar prevista a remodelação das “28 habitações com condições de habitabilidade e conforto do século XXI”.

O projeto foi apresentado publicamente no sábado e a intervenção global, que prevê a recuperação de 55 casas, todas T1, assim como a área envolvente e arruamentos, representa um investimento de três milhões de euros, que os promotores anteveem estar concluído no prazo de três anos.

Segundo Luís Dias, vai ser feita a limpeza da vegetação e o melhoramento dos arruamentos ao Bairro da Alegria, para “permitir futuramente acesso automóvel aos futuros residentes”.

De acordo com o responsável da 2Live, será criado um parque de estacionamento e a circulação automóvel será feita num único sentido, com entrada pela Travessa da Saudade e saída pela Travessa Marquês de Pombal, que desemboca na Rua Marquês de Pombal, nas proximidades da extinta coletividade Os Brincalhões.

Quando estiver terminado, a intenção é que o condomínio fique dotado de espaços de utilização comum e de serviços, como café ou mercearia, para maior comodidade dos residentes.

A 2 Live comprou o emblemático bairro operário da cidade ao anterior proprietário em janeiro de 2021.

A empresa de Sesimbra, detentora do conjunto de habitações, mudou, entretanto, a sua sede para a Covilhã, onde tem outros investimentos na cidade direcionados para o arrendamento de espaços de habitação partilhada.

“A intenção é reabilitar o Bairro da Alegria, mantendo a sua origem histórica e génese de habitação, mas trazê-lo para o século XXI, pretendendo com esta iniciativa colmatar a necessidade de habitação que, à semelhança do resto do país, se sente na Covilhã”, adiantava em setembro ao NC Luís Conceição.

No bairro operário construído entre 1938 e 1948, outrora um espaço com muita vida, com centenas de habitantes, a maioria trabalhadores das fábricas de lanifícios e também muitos polícias, restam seis casas ocupadas, na zona da Rua do Centenário, mais próxima do acesso à Rua Marquês de Pombal e à antiga Fábrica Transformadora de Lãs, atual polo das Engenharias da Universidade da Beira Interior.

Os últimos residentes na Avenida da Felicidade, a artéria central, saíram das casas que ocupavam há 84 e 65 anos nos últimos dois meses, para a Rua do Centenário, a única atualmente habitada.

No Bairro da Alegria, as emblemáticas placas de identificação azuis das ruas desapareceram em agosto, tal como alguns materiais em metal que foram retirados. As casas estão há muito devolutas, algumas, as das duas primeiras artérias, com sinais recentes de vandalismo.

As casas em banda têm 25 metros quadrados, logradouro e a maioria está em avançado estado de degradação. As futuras unidades T1 vão ter um quarto, casa de banho, cozinha e sala. A traça será ligeiramente alterada, nomeadamente junto às portas.

Na última reunião da Câmara da Covilhã, Serra dos Reis, vereador com o pelouro do Urbanismo, elogiou o investimento nas residências e sublinhou que “o resultado final é de excelência”.

 

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