Gonçalo Baltazar Gomes
Já dizia o velho ditado “pernas para que te quero!”. Olhando um pouco para as últimas semanas, é uma das premissas que mais me assola a memória!
Convém primeiramente clarificar que um dos significados inerentes à palavra “mobilidade” é a “facilidade de deslocação entre um lugar e outro”. Não obstante, chegamos agora a uma era digital, em que, olhando ao meu redor, tudo me faz parecer crer que os autocarros estão sobrevalorizados e os lugares de estacionamento terão que ser pagos!
Claro que faz sentido! Afinal, estas são medidas que nada mais contribuem para a saúde da população em geral, uma vez que o objetivo final deverá claramente ser o incentivo às caminhadas pelas ruas direitas que pautam os caminhos nivelados da nossa cidade! Se não fossem as ciclovias, estávamos realmente feitos ao bife!
Existiram, outrora, tempos em que as Beiras reiteravam a descentralização. Pois bem, a mim parece-me que o conceito, na cidade lã, foi confundido com o ato de levar as pessoas a fugir do centro histórico da cidade…. Descentralização estranha, não é?
Enquanto isso nascem lugares de estacionamento e morrem árvores centenárias. Como alguns diriam, conformemo-nos. Afinal, é apenas a lei da vida!
E que estranha vida esta! Logo hoje que o comboio foi suprimido, o autocarro não passa porque houve um acidente na segunda circular, mais a greve no aeroporto e o raio do metro não circula porque a estação está em obras! E, finalmente, porque, convenhamos, e como dizia a música, “Agora não que joga o Benfica! E eu tenho mais que fazer!”.
No entanto, nós por cá não nos podemos queixar de todo, pois o caminho faz-se caminhando e apenas seguimos a boa tendência de mobilidade do nosso país. Ora vejamos: o comboio já chega à Guarda, mas um dia chegará ao Porto! O aeroporto de Lisboa está a rebentar, mas um dia teremos um novo!
Bons agouros de um futuro promissor que nos faz mais uma vez caminhar a passos largos por este país a fora. Enquanto isso, aguardemos com o passe no bolso, na esperança de que a próxima “carreira” chegue dentro em breve (ou não)…
Se isto não é mobilidade, é o quê, meus caros?
Disto isto, está na hora de me fazer ao caminho, pois a gasolina está cara e parece que a caminhada ainda é longa!
Posto isto, “bazamos” ou ficamos?