A Beira Serra está há 30 anos “a transformar futuros e a influenciar positivamente a vida das pessoas”, acentuou na segunda-feira, 4, a presidente da associação de desenvolvimento que atua nos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte, Elsa Duarte.
Direção e técnicos reuniram-se no Bairro das Nogueiras, no Teixoso, para assinalar as três décadas da Beira Serra e apresentar o programa de atividades para o próximo ano, que incide no que é feito na atualidade e no que preocupa a associação para o futuro, salientou a dirigente.
“O caminho que estamos a trilhar é necessário para o território”, acentuou Elsa Duarte, que destacou o caráter dinâmico das áreas de intervenção.
O programa apresentado contempla oito eixos, com vista a “melhorar a vida das pessoas”, manter alguns dos objetivos e fazer com que a associação seja “mais interventiva” em determinadas áreas.
A adaptação das prioridades ao contexto e às necessidades da comunidade são a linha orientadora da Beira Serra, vincou a presidente, que destacou a intervenção feita em várias esferas e para vários públicos.
“O programa incide no que fazemos na atualidade e no que nos preocupa no futuro. Durante 30 anos a Beira Serra fez muitos e diferentes projetos que tentaram ir ao encontro das necessidades de cada contexto”, sublinhou a presidente.
Durante o próximo ano a Beira Serra tem planeadas um conjunto de iniciativas. Desde a realização de um debate sobre o impacto dos ecrãs na saúde dos jovens à exibição de uma curta-metragem sobre a prevenção de comportamentos aditivos, à apresentação de um guia digital sobre o uso e abuso dos telemóveis ou à publicação de um guia prático para a monoparentalidade, tal como um encontro de mulheres nessa situação, para “chamar a atenção e se tomarem medidas mais efetivas por parte dos poderes”.
A programação dos 30 anos da associação inclui também um Encontro Nacional de Hortas Comunitárias, uma mostra de atividades artísticas desenvolvidas pelos jovens das escolas parceiras e a realização das Olimpíadas da Constituição, mas à escala nacional, um “projeto ambicioso” baseado na criação do jogo de tabuleiro sobre a Constituição da República Portuguesa, que envolveu cerca de 200 alunos.
A requalificação de um espaço comunitário, desta vez no Bairro das Nogueiras, freguesia do Teixoso, no concelho da Covilhã, está também no horizonte.
A prevenção de comportamentos aditivos, o ambiente, o trabalho com famílias monoparentais femininas, a democracia, a ajuda na criação do próprio emprego, a relação com os 50 sócios e 60 parceiros e o treino de competências de crianças e jovens são algumas das áreas de atuação que a Beira Serra entende deverem ser reforçadas, considerou o coordenador, Marco Gabriel.
Segundo este responsável, a associação tem “uma relevância bastante grande num público muito diversificado”, que não são apenas pessoas em situação de fragilidade económica e social.
O coordenador da Beira Serra referiu que a forma de trabalhar parte da premissa de encontrar soluções para problemas da comunidade e acrescentou que “quando as necessidades são resolvidas, são criadas outras necessidades”.
“Os eixos de atuação não são os mesmos que estavam na génese da Beira Serra e isso tem que ver com essa adaptação a um mundo que vai evoluindo”, referiu Marco Gabriel, que destacou a importância de existirem “políticas públicas que se traduzam em meios e recursos” para que se consiga atuar no terreno.
A presidente destacou que o impacto da associação vai muito além dos números, faz a diferença na vida de pessoas com vários perfis e tem um percurso variado.
“Fez-se um caminho diversíssimo ao longo destes 30 anos. Passar-se de uma associação voltada para as questões da ruralidade até ao momento atual é um caminho longo e muito diversificado”, mencionou Elsa Duarte.