O projeto de construção de 30 fogos habitacionais no Bairro do Olival Grande, em Belmonte, para arrendamento a custos acessíveis, já não se deve concretizar. Pelo menos, para já. Ao que o NC apurou, na última reunião privada do executivo, o novo presidente da Câmara, António Luís Beites, ter-se-á mostrado reticente com todos os projetos que envolvem verbas vindas do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), onde os projetos, a nível nacional, têm sofrido constantes atrasos. As empreitadas de habitação social que estavam idealizadas para o concelho pressupunham um apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do IHRU, mas segundo o NC conseguiu apurar, para se iniciarem seria necessário a autarquia adiantar verbas avultadas, enquanto o dinheiro não chegava, o que face à falta de liquidez financeira da própria autarquia poderia ser um problema. Daí que a desistência do projeto que visava resolver um dos problemas da vila (haver casas para arrendar a custos considerados acessíveis) pode vir a ser o caminho. O tema pode ser debatido esta sexta-feira, 28, na primeira reunião pública do novo executivo.
Recorde-se que estas 30 casas faziam parte de um total de 100 anunciadas pelo anterior autarca, António Dias Rocha. Além destas três dezenas no Olival Grande, eram mais 15 no âmbito da recuperação de alguns imóveis municipais (antigas escolas ou casas devolutas na rua 1º de maio e junto ao antigo campo de futebol), e mais cerca de 50 a construir num terreno municipal em Caria. Ao que o NC apurou, não é seguro que qualquer uma destas obras venha a ver a luz do dia e, neste momento, a autarquia terá que fazer face a algumas indemnizações, já que existiam contratos e compromissos assinados com empresas que iriam realizar alguns destes trabalhos.
Um outro projeto anunciado, mas que também já não se deve concretizar é a requalificação do pavilhão multiusos. A obra, estimada em cerca de um milhão e 400 mil euros, também tinha sido anunciada por Dias Rocha este ano, previa ações de descarbonização no edifício, e melhorias ao nível energético, tornando-o mais funcional e acolhedor. Porém, segundo o NC apurou, António Luís Beites, ao ver o projeto que estava idealizado, não concordou com o mesmo pois não mexia em áreas que considerava prioritárias, sobretudo ao nível da cobertura do imóvel.
O Pavilhão Multiusos de Belmonte, instalado na antiga fábrica de confeções Montebela, foi criado há cerca de duas décadas, quando foi decretada a falência da mesma, em março de 2002, deixando no desemprego cerca de 220 pessoas. O imóvel, que pertencia a um dos filhos do proprietário, acabou depois por ser adquirido pela Câmara, no mandato de Amândio Melo, e tornou-se no Multiusos da vila. Tem acolhido diversas realizações, mas tem revelado alguns problemas, nomeadamente ao nível das infiltrações, redes de água, saneamento e eletricidade, bem como na climatização do mesmo, que é inexistente.
