A Câmara de Belmonte espera reaver dinheiro das Águas de Lisboa e Vale do Tejo (do Grupo Águas de Portugal), a quem devia cerca de oito milhões de euros, num processo ainda por resolver, em tribunal, em relação ao antigo sistema intermunicipal de abastecimento de água.
Há cerca de três anos, a autarquia entrou em plano de saneamento financeiro para poder iniciar o saldar da dívida (entretanto, já saiu desse plano), avaliada em mais de seis milhões de euros mais juros, mas o diferendo tem continuado nos tribunais entre a antiga Águas do Zêzere e Côa (agora Lisboa e Vale do Tejo) e os diversos municípios que integravam o sistema, que contestaram o montante dos juros da dívida que foram aplicados. “É um processo longo, que conseguimos ganhar. Já nos foi dada razão em relação às dívidas até 2014. Agora, é avançar com o que está para a frente” explicou na última reunião pública do executivo belmontense o vice-presidente, Paulo Borralhinho. Que espera ter o Governo ao lado dos municípios neste diferendo.
“Não temos as contas feitas. Reclamámos os valores que estavam a ser debitados. Agora é preciso fazer um encontro de contas. O que acontece é que nos debitaram juros, que estão no montante total da dívida. Estando a razão do nosso lado, e tendo nós já pago algumas coisas, se calhar quem tem que nos dar juros são as Águas de Portugal” explica o autarca. Que acredita que a dívida do município à empresa, assim, irá “abater consideravelmente”.
“Estamos a falar só até 2014. Se o tribunal assim decidiu até essa altura, então o que vem a seguir terá que ser nos mesmos moldes, o que para nós se traduz numa redução significativa da dívida, que ficaria praticamente saldada” garante Paulo Borralhinho.