O executivo da Câmara da Covilhã aprovou, por unanimidade, na passada segunda-feira, 20, a alteração da delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Centro Urbano da Covilhã, que passa pelo alargamento desse área na zona de Santo António. Em termos práticos, são abrangidos terrenos pertença da UBI, e também a Torre de Santo António, que se prepara para mudar de dono, e que assim irá beneficiar de algumas isenções em taxas como o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) ou Imposto Municipal de Sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).
Apesar de ter votado favoravelmente o documento, a bancada da oposição (CDS/PP-PSD) na autarquia diz que o fez “com reservas” face ao inexistente histórico da empresa que se prepara para adquirir o imóvel. Pedro Farromba diz que pediu que a extensão da ARU fosse votada separando os locais pertença da UBI e o sítio onde está a Torre, o que não teve acolhimento por parte da maioria socialista, mas que a sua bancada não se opôs face à importância de recuperação da Torre. “Votámos a favor com algumas condições. A empresa que quer comprar o edifício foi constituída há menos de seis meses, não tem um histórico, é de apenas um sócio, mas nós não queríamos impedir a recuperação da Torre. É importante que ela aconteça, somos favoráveis à recuperação deste problema, que existe, mas temos dúvidas sobre uma empresa sem historial, e com capital social de 50 mil euros. De todo o modo, o documento segue para consulta pública e espero que as pessoas se pronunciem” frisa. Farromba diz não existirem “garantias de que a empresa não seja uma fachada de algo que esteja para existir” e pediu ao executivo “garantias de que dali vai sair alguma coisa”, até porque “há muitos benefícios em causa” decorrentes do facto do edifício passar a estar em zona de ARU.
Algo que, para o presidente do município, Vítor Pereira, não faz sentido. “Os vereadores da oposição confundem a árvore com a floresta” ironiza o autarca covilhanense, que acredita que o alargamento da ARU irá contribuir para pôr termo “a um problema com 50 anos, com um edifício a degradar-se, que urge resolver”. O presidente da Câmara afirma que o Montepio Geral, dono do edifício, já tem um contrato promessa de compra e venda com a empresa Vetor Autónomo, com sede em Lisboa, e que foi a empresa a requerer este alargamento. “O que interessa é que vamos ter menos impacto visual, com um arranjo arquitectónico que já tive oportunidade de ver. A ARU vai apenas até à Torre, e não inclui terrenos adjacentes que a empresa quer adquirir. É-me indiferente quem é o empresário, a natureza da empresa. O que quero é que a Torre seja requalificada e a ARU é um incentivo a isso” garante. Que acusa a oposição de dizer que não há soluções para o edifício, mas quando aparecem “só apresentam problemas”.
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