As contas do exercício de 2021 da Câmara da Covilhã foram aprovadas, por maioria, com a abstenção da oposição, na sessão privada do executivo na sexta-feira, 29, registando uma despesa de 40,9 milhões de euros e uma taxa de execução de 75%.
De acordo com o presidente da autarquia, Vítor Pereira, o montante da receita cifrou-se nos 46,6 milhões de euros e, no que toca à despesa, os valores correntes tiveram uma taxa de execução de 85% e as despesas de capital uma execução de 64% face ao orçamentado.
Vítor Pereira informou, no final da reunião, que o passivo global do município é de cerca de 42 milhões de euros, entre os quais 27 milhões de dívida à banca, e realçou ter sido conseguida uma redução do passivo em 4,5 milhões de euros face ao ano passado.
Segundo o presidente da autarquia, o resultado líquido do exercício é negativo “de forma artificial”, justificando os valores com a entrada em vigor “do novo sistema contabilístico”, que Vítor Pereira referiu não se ter reflectido na plenitude nas contas do ano anterior e por isso não permitir um termo de comparação directo.
“É uma questão artificial”, acentuou Vítor Pereira, que destacou o aumento do activo de todo o património municipal em 4% face a 2020, o equivalente a 272 milhões de euros.
O presidente considera que o Relatório de Gestão e Actividades de 2021 apresenta “um resultado excecional, fantástico”, que “traduz a forma rigorosa, a forma eficaz” como têm sido geridos os destinos do município. “O município está de boa saúde financeira e recomenda-se”, acrescentou o edil, vincando a “´performance` financeira e económica a todos os títulos assinalável”.
Vítor Pereira assinalou também a liquidez para, neste momento, a Câmara da Covilhã estar a liquidar em “média em quatro dias” as suas obrigações.
“Num município que se diz tão saudável do ponto de vista financeiro, que se diz com as contas em ordem, é uma pena que o passivo tenho sido apenas reduzido em 9,63 %”, o que “está contratualizado há vários anos” e “não houve um esforço para diminuir a dívida do ano passado”, salientou o vereador da coligação CDS/PSD/IL, Pedro Farromba.
Pedro Farromba elencou “as estradas por fazer”, as colectividades “com as verbas por receber”, as juntas de freguesia a continuarem a reivindicar, os pavilhões “literalmente a meterem água”, a ausência das obras da barragem, a falta de “solo para a instalação de empresas, porque o que havia foi transformado em lotes para habitação”, as intervenções por concretizar na habitação social, a falta de atenção ao turismo, o preço da água e os “orçamentos participativos de há muitos anos que ainda não foram pagos para dizer que o documento em que se abstiveram deixa “um amargo de boca no sentido do que foi a gestão municipal no último ano”.
“Virmos encher as parangonas da comunicação social com boas contas, quando realmente existe tudo por fazer, deixa-nos muito preocupados e alertamos o município nesse sentido”, comentou o vereador da oposição, para quem a execução foi “insatisfatória” e há obras “tão necessárias no concelho” que continuam “sem acontecer”.
Vítor Pereira responde com a “elevada taxa de execução orçamental” e afirmou que “a realidade fala por si”, apontando obras realizadas, como a intervenção no parque escolar, a requalificação da rede viária ou a recuperação de edifícios no centro da cidade.