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Câmara de Belmonte diz já tudo ter feito no que toca ao posto da GNR de Caria

O presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, garante que a autarquia tem estado atenta ao posto da GNR de Caria, que “já tudo fez” perante a situação que ali se vive (posto apenas funciona em horário de expediente) e que, desde que o posto deixou de funcionar 24 horas não viu um aumento de criminalidade no concelho.

“A Câmara já fez tudo. Até disponibilizou instalações, na antiga escola do Ruivo, caso a GNR para ali quisesse ir. Mas numa coisa a GNR tem razão: ainda não vi aumento de crimes desde que deixou de funcionar 24 horas por dia” disse o autarca na reunião do executivo da passada quinta-feira, 23.

Na terça-feira, 21, a Junta de Freguesia de Caria marcou uma manifestação em frente ao posto a reivindicar a abertura do mesmo 24 horas, mas o presidente da Câmara não marcou presença, bem como a maioria do executivo, algo criticado pelos responsáveis da junta cariense. Dias Rocha lembra que qualquer manifestação “tem que ser comunicada 48 horas antes à Câmara”, o que não terá sido feito, que o executivo, formalmente, não foi informado da acção e que mesmo que isso tivesse sido feito, iria “decidir se ia ou não”, até porque, lembra, a Câmara já manifestou formalmente a diversas entidades a sua pretensão em que o posto da GNR local volte a funcionar de maneira regular, 24 horas, e não entre as 8 e as 16, como acontece actualmente.

Autarca desagradado por se pôr “Caria contra Belmonte”

O autarca diz não ter gostada de declarações feitas pelo presidente da Junta de Freguesia de Caria, Silvério Quelhas, a alguns órgãos de comunicação, e critica o facto de se andar a pôr “Caria contra Belmonte, quando estamos no mesmo concelho”.

O vereador da CDU, Carlos Afonso, que diz ter estado na manifestação, embora tenha chegado atrasado, diz que a pretensão da população local “é justa”.

Quanto ao agora vereador independente, André Reis, eleito pelo PSD, afirma que a pretensão da Junta tem o seu apoio, que nenhum membro do executivo camarário foi “convidado ou sequer informado” da realização da manifestação, por parte da entidade promotora, e questiona se a ausência de convite ou informação formal “não será, em bom rigor, estratégico para se poder, posteriormente, apontar o dedo à ausência e denegrir a imagem do executivo camarário junto da população da freguesia de Caria e restante Concelho em geral.” Uma conduta que “se torna desde já repetitiva, pois não é a primeira vez que a Junta de Freguesia de Caria ignora o protocolo da sã convivência e relacionamento institucional entre órgãos autárquicos apontando à posteriori de forma directa ou indirecta à ausência dos membros do executivo camarário. Esta conduta pode ser considerada como tida de má-fé e apenas serve para alimentar vaidades pessoais em detrimento do bem-estar de toda a população de uma freguesia inteira.”

Apesar de ter sido eleito pelo PSD, André Reis diz que neste momento “não me identifico com estas condutas e com esta forma de estar na política, portanto não me identifico com esta oposição e não quero ser associado a este tipo de oposição. Portanto, prefiro, ser o vereador Independente que vota a favor aquilo que tiver de votar a favor e vota contra aquilo que tiver de votar contra.”

Recorde-se que a Junta de Freguesia de Caria promoveu na terça-feira, 21, ao fim da tarde, uma acção de protesto, em frente ao posto da GNR local, reclamando o regresso do posto ao horário “normal” de funcionamento, ou seja, 24 horas por dia.  Segundo a autarquia, este é “um bem essencial” da população e a segurança “é prioridade, deve estar sempre em primeiro lugar”. Foi posta a circular uma petição para que a população assine e dê força a esta reivindicação.

Desde Outubro de 2020 que o posto começou a funcionar com atendimento reduzido, entre as 8 e as 16 horas. Algo com o qual a população e diversas forças políticas não concordam, por entenderem que, assim, o posto é um mero local de expediente, e que este pode ser um primeiro passo para o seu encerramento definitivo a curto prazo.

Há cerca de um ano, a Câmara de Belmonte enviou um documento para o Presidente da Assembleia da República, Grupos Parlamentares e outras entidades onde era reflectido o descontentamento pela redução de horário de funcionamento do posto territorial da GNR de Caria. A Câmara entendia que estava posta em causa, “não só a segurança das populações mais urbanas, mas também de toda uma vasta zona de população dispersa e de explorações agrícolas”. A redução laboral e a retirada de outros serviços públicos “contribuiu de forma significativa para o aumento da desertificação destas regiões”. A proposta apresentada para o posto que presta auxilio às freguesias de Caria e Inguias (Belmonte) e de Peraboa (Covilhã) e a localidade de Trigais (Sabugal) é que “volte ao seu horário normal, sem deixar de ter em conta a realidade social e o carácter permanente e ininterrupto do serviço, fundamentalmente de carácter operacional, para cumprimento das atribuições cometidas à guarda”. Há cerca de um ano, a autarquia admitia que caso a situação não fosse alterada, poderia “avançar com outras formas de luta”.

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