O executivo da Câmara de Belmonte aprovou na passada quinta-feira, 21, a transferência de 18 mil euros para a Empresa Municipal, para fazer face aos prejuízos registados no ano passado, face à pandemia. Recorde-se que é esta empresa que tem a seu cargo a gestão dos diversos museus do concelho, que em determinadas alturas do ano passado estiveram encerrados ou com limitações no acesso de público.

Carlos Afonso, vereador da CDU, diz que “a gente sabe que houve a pandemia, que bateu à porta de todos, que a Empresa tem que pagar salários, que não deve ficar a dever, mas isto… Já pedimos várias vezes dados da retoma e nada. Para vir pedir todos os meses, sabem vir a pedir. Virem dizer como as coisas estão, não sabem vir dizer. Isto chateia. Merecemos o mínimo de respeito” frisa.

“O que me admira é que 2022 está a ser um ano bom, deveria haver dinheiro para pagar os vencimentos” afirma, por seu lado, o vereador do PSD, José Mariano, que teme que a situação de pedidos à Câmara se perpetue em 2023. “Acho que é precisa uma justificação, porque vir aqui e pedir 18 mil euros é fácil. Eu, sem uma justificação, não vou votar mais (favoravelmente). Vou votar porque estão em causa os trabalhadores” garante.

“Todas as receitas de 2022, já não poderão recorrer a este meio, dizendo que é prejuízo. Iremos pedir o relatório do primeiro semestre deste ano, para termos uma ideia do que são as contas deste ano” garante por seu turno o vice-presidente da autarquia, Paulo Borralhinho.

A Empresa Municipal de Belmonte apresentou em 2021 um prejuízo de cerca de 110 mil euros, e a autarquia já transferiu para a mesma cerca de 55 mil.

Em Junho, o executivo da Câmara já tinha aprovado por unanimidade o adiantamento de uma verba de cobertura de prejuízo à Empresa Municipal, no valor de 12 mil euros, para esta fazer face ao pagamento de salários e subsídios de férias aos funcionários dos diversos museus.

“Há dois anos que há uma situação de emergência, desde a pandemia. Achámos que a empresa não podia parar, devia continuar a prestar esse serviço, ou se não tivesse serviço, como aconteceu durante longos meses, haveria melhorias a realizar dentro dos próprios museus. Foi com o próprio pessoal que esses pequenos arranjos foram feitos” afirmava Dias Rocha. O autarca frisava que a pandemia “ainda está a ter os seus reflexos”, mas “todos os dias notamos que temos mais gente a procurar-nos e esperamos atingir os níveis que tínhamos em 2018 e 2019.”