Ficar, ou, eventualmente, sair. Está tudo em aberto, segundo o novo presidente da Câmara de Penamacor, José Miguel Oliveira, na participação que a autarquia detém nas sociedades Malcatur (Empreendimentos Turísticos e Hoteleiros, SA) e GTDP, que gerem o hotel e as termas da vila.
Na última reunião pública do executivo, no passado dia 21, o vereador da oposição, do movimento Nossa Terra, Filipe Batista, pediu ao novo presidente maior transparência na participação do município nestas sociedades. Segundo ele, a autarquia detém participações sociais e responsabilidade financeiras diretas nas sociedades, que recentemente, em assembleia, discutiram pontos com “impacto potencialmente avultado para o município”, desde reembolsos de despesas de anos anteriores, infraestruturas, salários, eletricidade, águas, esgotos, acessos e outros encargos associados. Segundo Filipe Batista, “é aqui que se encontra uma das maiores fragilidades herdadas do passado. Desde que sou vereador que desconheço qualquer deliberação a designar representantes nestas sociedades. O município está nestas assembleias sem nenhum representante mandatado legalmente” denuncia o vereador, que afirma que essa situação coloco o município “numa posição exposta e vulnerável”. O autarca pediu a José Miguel Oliveira que “corrija desde já” esta situação.
O presidente da Câmara garantiu que se está a inteirar de todo o processo e assim que tenha informações, o executivo se irá debruçar sobre “o próprio futuro da nossa representação nestas sociedades. Tentar perceber até que ponto faz sentido.” José Miguel Oliveira recorda que a empresa foi constituída para a construção do hotel da vila, que já existiram aumentos de capital do parceiro privado “que não foram acompanhados pela autarquia”, que detém cerca de 15% nas participações das sociedades. “Temos que ver o futuro”, assegura.
Durante aquela que foi a primeira reunião pública do mandato, a bancada do movimento Nossa Terra solicitou à maioria socialista que “rompa com as posturas do passado”, defendendo mais transparência e rigor na gestão do município, com José Miguel Oliveira a assegurar que existira “trabalho conjunto” em prol do concelho.

