Cinco anos depois de um conjunto de munícipes se ter deslocado à reunião pública da Câmara da Covilhã, a alertar para a inutilização do Caminho dos Moinhos, após um aluimento de terras, dois proprietários voltaram à sessão para pedir explicações ao município, uma vez que a situação não só não foi resolvida, como se agravou.
Segundo António Paulo, o caminho encontra-se “numa situação totalmente degradada” e, além de não se poder passar de carro, devido à queda do muro, também já não é transitável a pé, por não ser feita limpeza no local, que segundo o munícipe é uma via pública e também não é feita manutenção na zona alcatroada.
“Eu já lá caí, já lá parti a mão direita, sei que já lá ficaram dois carros pendurados”, alertou António Paulo, que se queixou de cada vez que se deslocou à Câmara da Covilhã, lhe ter sido transmitido que “nunca está ninguém” responsável pelo assunto. “Eu quero lá dormir e não posso, pago água, pago luz, não sei porque é que deixei de pagar IMI”, acrescentou o munícipe.
Vítor Pereira, o presidente da autarquia, pediu a António Paulo para deixar o seu contacto telefónico para agendar “uma reunião muito brevemente”, com o intuito de “ver o que é que se pode fazer”.
“Os muros são dos problemas que temos na Covilhã. A Covilhã tem uma riqueza, que é a sua orografia, mas a orografia também é um problema enorme, porque passamos o tempo a construir, reconstruir e a reparar muros por tudo quanto é sítio que custam fortunas, mas o importante é preservar a saúde, a integridade física e a vida das pessoas”, sublinhou Vítor Pereira.
Em 2017 munícipes pediram urgência na resolução do problema
Em Abril de 2017, um grupo de pessoas que morava junto à Ribeira da Carpinteira, ao pé da Fábrica Velha, e que ficou com o acesso a casa condicionado pelo Caminho do Moinho, onde um aluimento de um terreno privado bloqueou a via pública, pediu ao executivo urgência na resolução do problema.
Vítor Pereira informou já por duas vezes ter contactado o proprietário e referia esperar resolver o problema “a bem”, sem ter de recorrer aos instrumentos legais. O terreno, segundo o edil informou na altura, é propriedade de Armando Martins, “ou de empresas do grupo dele”, e o desabamento das terras aconteceu na sequência de fortes chuvadas, a 12 ou 13 de Fevereiro de 2017, obstruindo o caminho.
“A verdade é que já passaram uns tempos e se esta remoção não for feita rapidamente, a câmara terá mãos dos meios legais para o fazer. Acredito que não será necessário. Irei ainda hoje mesmo recolocar o problema ao senhor engenheiro”, sublinhou o presidente do município, há cinco anos, mas passado este período o assunto não ficou resolvido.