Candidatos às autárquicas já estão quase todos escolhidos

A cerca de seis meses das eleições, na região, já muitos nomes estão confirmados. Num território em que, face à limitação de mandatos, 11 autarcas não se podem recandidatar

Com umas inesperadas eleições legislativas em maio, face à queda do Governo de Luís Montenegro, quando na região se fala em candidatos, são as autárquicas, que decorrem daqui a cerca de meio ano, que “mexem”. Em toda a Beira Interior, já são conhecidos muitos nomes que estão certos para concorrerem às autarquias locais, num ato eleitoral marcado pelo impedimento de vários autarcas em se recandidatarem.

Na Beira Interior, há onze municípios onde os autarcas, face à lei, são obrigados a “saltar fora”. No distrito de Castelo Branco, por exemplo, há sete presidentes que não podem voltar a avançar: Vítor Pereira (Covilhã), Paulo Fernandes (Fundão), António Dias Rocha (Belmonte), Ricardo Aires (Vila de Rei), Luís Pereira (Vila Velha de Ródão), Armindo Jacinto (Idanha-a-Nova) e António Beites (Penamacor). Embora o possam fazer noutros concelhos que não aquele em que estiveram durante três mandatos (12 anos) consecutivos.

Covilhã: cinco confirmados

Na Covilhã, há cinco nomes confirmados: Hélio Fazendeiro (PS), Jorge Simões (PSD), Jorge Fael (CDU), Carlos Martins (IND) e Mário Diniz (Chega).

O partido que lidera os destinos do concelho aposta no chefe de gabinete de Vítor Pereira para lhe suceder. Segundo a concelhia do PS, após apresentação das propostas dos ‘candidatos a candidato’ que decidiram manter a sua candidatura até a o fim, Hélio Fazendeiro venceu a votação com 67,2 por cento dos votos. Pelo PS foram falados mais nomes, como o do vereador José Miguel Oliveira (que é o candidato do PS a Penamacor) e houve vários “candidatos a candidato” a mostrarem disponibilidade para avançar, como foram os casos de João Marques, presidente da Associação Comercial e líder da ADC, ou Serra dos Reis, até há pouco tempo vice-presidente da Câmara, a quem foram retirados os pelouros. Aliás, este último, em comunicado, adiantou que “em virtude de não se terem observado os pressupostos processuais em que assentava a minha candidatura à Câmara Municipal da Covilhã, pelo PS”, com recurso a diretas no seio da concelhia, no caso de haver mais que uma candidatura, “não estão reunidas as condições para que a minha candidatura seja apresentada”.  Além destes, também Carlos Martins defendia que deveria ser ele a liderar uma candidatura socialista, mas não foi escolhido. Perante isso, o presidente da União de Freguesias de Covilhã/Canhoso, que até encomendou uma sondagem que mostrava que seria o nome melhor colocado para garantir uma vitória “rosa” na Cidade Neve, apresentou na mesma a sua candidatura, mas como independente.

Gavinhos e Pelejão lutam pelo Fundão

No Fundão, Paulo Fernandes está de saída, e disse que não faria campanha por ninguém quando dois dos seus vereadores eram colocados na “pole position” para serem candidatos à autarquia: Miguel Gavinhos, líder da concelhia “laranja”, e Alcina Cerdeira. Gavinhos foi, entretanto, confirmado pela concelhia “laranja”, que disse que o nome do candidato foi aprovado por “unanimidade e aclamação”, numa assembleia de militantes que foi “a mais participada de sempre, com 81 militantes presentes”, no passado dia 14.  Resta agora saber se Alcina Cerdeira irá ou não avançar como independente, uma vez que essa hipótese terá sido colocada pela mesma caso não fosse a escolha do PSD. Pelo PS, o candidato é Rui Pelejão, natural de Castelo Novo e ex- diretor de marketing do Jornal do Fundão, que deixou o cargo recentemente. De outros partidos, para já, nada se sabe.

José Miguel Oliveira em Penamacor

Em Penamacor, o PS escolheu o vereador covilhanense José Miguel Oliveira para suceder a António Beites. Oliveira tem laços familiares a este concelho raiano, onde também trabalhou durante nove anos na autarquia. Francisco Abreu já dissera que também seria candidato, fosse pelo PS, ou como independente. E Hélder Henriques, vereador na Câmara de Castelo Branco, pelo PS, também mostrara a vontade de ser a escolha dos socialistas na autarquia raiana, o que não aconteceu. Pelo PSD, ou outras forças partidárias, nada mais se sabe.

Na capital de distrito, Leopoldo Rodrigues ainda está no primeiro mandato, pelo que a sua recandidatura pelos “rosa” será um dado quase adquirido. Já tem opositor: o farmacêutico José Henriques, que será o candidato da Iniciativa Liberal (IL).

Em Idanha-a-Nova, o socialista Armindo Jacinto também está impedido de se recandidatar, mas o partido ainda não apontou nome para lhe suceder. O que já se sabe é que o vereador da oposição, José Gameiro, será o candidato dos independentes “Movimento por Todos” e que pelo Chega, Pedro Rêgo é a escolha.

No resto do distrito, em Vila de Rei, onde Ricardo Aires não se pode recandidatar, o PSD aposta em no vice-presidente, Paulo César Luís, para manter a autarquia “laranja”; em Oleiros, Miguel Martins (PSD), que sucedeu a Fernando Jorge, quando este renunciou ao mandato por motivos de saúde, é a aposta dos social-democratas; em Ródão, o socialista Luís Pereira também não pode concorrer, e Valdemar Joaquim será a aposta para o PS manter a Câmara; em Proença-a-Nova, o socialista João Lobo, que assumiu a Câmara em 2016 quando João Paulo Catarino foi para o Governo, avança para mais um mandato; e na Sertã, depois de há quatro anos ter reconquistado para o PS uma autarquia que era, há 12 anos, do PSD, o socialista Carlos Miranda deverá ser de novo candidato, tendo já como oponente confirmado José Carlos Fernandes, docente, pelo PSD.

Monteirinho para devolver Guarda ao PS

No distrito da Guarda, no que diz respeito à capital de distrito, já se sabe que o PS aponta o vereador e ex-deputado na Assembleia da República, António Monteirinho, para reconquistar uma câmara que já foi sua durante mais de duas décadas. O atual autarca, o independente Sérgio Costa, à partida, será de novo candidato, mas resta saber se mantém a independência ou se com o apoio do PSD, partido ao qual já pertenceu, e do qual saiu há quatro anos, antes de avançar para a corrida à Câmara. O Bloco de Esquerda já divulgou que a sua candidata será Beatriz Realinho.

Em Pinhel, Rui Ventura não se pode candidatar, face à limitação de mandatos, o mesmo acontecendo em Gouveia a Luís Tadeu. Nestes dois municípios, o PSD aposta nos dois vice-presidentes para manter as autarquias na sua mão: Daniela Capelo e Jorge Ferreira, respetivamente. Do PS, no município serrano, a aposta é Joana Viveiro. No Sabugal, Vítor Proença avança para um segundo mandato, pelo PSD, e já sabe que terá como opositor Paulo Leitão, atual presidente da concelhia socialista.

António José Gomes (Aguiar da Beira), António Machado (autarca de Almeida), Carlos Condesso (autarca de Figueira de Castelo Rodrigo), Carlos Ascenção (autarca de Celorico da Beira) são também apostas do PSD já confirmadas. Em Seia, os social-democratas apostam em Paulo Hortênsio para destronar o socialista Luciano Ribeiro, que se deve recandidatar. João Tilly é o candidato do Chega.

Flávio Massano recandidata-se em Manteigas

Em Trancoso, após três mandatos pelo PS, Amílcar Salvador está de saída, e não se sabe quem lhe sucede, embora o nome de Daniel Joana seja apontado. Pelo PSD, o candidato será João Figueiredo.  Em Fornos de Algodres, Manuel Fonseca também está “limitado” e o nome de Alexandre Lote, seu vice-presidente, já foi confirmado pelo PS para lhe suceder. O PSD, para já, ainda não divulgou nomes.  Pedro Duarte, até agora vice-presidente, será a aposta do PSD em Vila Nova de Foz Côa, sucedendo a João Paulo Sousa, que se podia recandidatar, mas decidiu não fazê-lo.

Em Manteigas, o autarca Flávio Massano já disse que se vai recandidatar a segundo mandato, não se sabendo ainda se na mesma condição de independente, ou com o apoio de algum partido. Pelo PS, ainda não há nome, nem pelo PSD, onde o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Amoreira, Nuno Gonçalves, é um dos nomes falados.

Vítor Pereira pode avançar em Belmonte

Em Belmonte, depois de quase três décadas de liderança socialista, repartida entre Amândio Melo e Dias Rocha, este último também não se pode recandidatar. Há algum tempo atrás, um inquérito efetuado à população apontava três nomes, pelo PS, para poderem ser candidatos: o vice-presidente da autarquia, Paulo Borralhinho, o autarca penamacorense, António Beites, e o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira.

Ao que o NC apurou, o nome do autarca covilhanense foi apresentado na última reunião de militantes, no passado dia 17, sendo defendido por alguns socialistas que não apoiam o nome que, há bastante tempo, era apontado à sucessão de Dias Rocha: o vice-presidente Paulo Borralhinho. Que no seio da concelhia reiterou a intenção de ser candidato. A escolha definitiva será, ao que o NC apurou, feita numa assembleia de militantes a 7 de abril. Confrontado pelo NC com esta possibilidade, Vítor Pereira admitiu que o nome dele foi referenciado por militantes socialistas daquele concelho, onde tem raízes familiares, mas “ainda não tomei uma decisão definitiva”.

Já o PSD tem a escolha definida, pelo menos em termos concelhios, uma vez que há militantes “laranjas” que não concordam com o nome: o advogado Germano Fernandes. Fernandes foi candidato do PS à Câmara de Belmonte em 1997 (perdeu então para Dias Rocha, que concorreu pelo PSD), entre 2001 e 2009 foi vice-presidente do então autarca socialista Amândio Melo, contra quem concorreu (e perdeu) nas autárquicas de 2009, na altura, liderando o Movimento Partido da Terra. O candidato escolhido pelo PSD, que tem raízes no concelho do Sabugal, ao longo dos últimos 12 anos tem sido deputado na assembleia municipal daquele concelho, pelos “laranjas”.  Pela CDU, o atual vereador Carlos Afonso é o nome apontado, mas para já ainda não decidiu.

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