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Carvalhal Formoso: aldeia luta para manter escola com quatro crianças

No pré-escolar da anexa da freguesia de Inguias, há apenas quatro crianças. No próximo ano, sala está sinalizada para fechar. Mas pais apelam a que a mesma se mantenha aberta mais um ano, até os miúdos transitarem para o 1º ciclo

Só tem quatro crianças. E é, à semelhança do que acontece em muitos concelhos do país, mais um pequeno estabelecimento de ensino, neste caso, do pré-escolar, à beira do fim. No Carvalhal Formoso, anexa da freguesia de Inguias, no concelho de Belmonte, já se sabe há muito que, para o ano, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolar (DGESTE) tem previsto o fecho do pré-escolar na localidade que, este ano, apenas teve quatro inscritos.

Porém, a totalidade dos miúdos irá, para o ano, transitar para o 1º ciclo, ou seja, para estabelecimentos de ensino em Belmonte ou Caria pelo que, os pais, pretendem agora que a escola se mantenha a funcionar, pelo menos, mais um ano, embora o reduzido número de crianças dite o fecho.

Na última reunião pública do executivo, o presidente da Junta de Freguesia de Inguias, Luís Adolfo, foi tentar sensibilizar a autarquia para esta questão, pedindo, acompanhado por alguns pais, a manutenção do pré-escolar por, pelo menos, mais um ano letivo. “A escola do Carvalhal hoje tem todas as condições. Realmente os pais levaram os garotos para Caria e Belmonte, e a escola tem que fechar. Mas culpa é também de quem? Dos ministros da educação, dos governos ou até das câmaras que por aqui passaram, porque nunca fizeram lá obras. Se as tivessem feito, os pais iam lá e deixavam lá as crianças. Pensem bem, é só mais um ano, porque penso que depois disso não haverá lá crianças” disse o autarca.

Flávio Fonseca, um dos pais que tem uma criança naquela estrutura, revelou que o seu filho, com necessidades especiais, tem evoluído muito naquela sala. “Desde que entrou, tem evoluído muito. Ele não gosta de muitas confusões, é um espaço maravilhoso, no qual se sente bem. Tem melhorado bastante. Peço pelo menos mais um ano, que eu sei que ela (escola) vai ter que fechar” disse.

Sílvia Pereira, outra das educandas, residente no Carvalhal, também salientou a importância de se manter o pré-escolar na localidade e disse que será enviada carta ao Ministério da Educação e DGESTE a sensibilizar para a manutenção por mais um ano.

Paulo Borralhinho, vice-presidente da autarquia, lembra que quando a DGESTE pediu à Câmara para se pronunciar sobre um eventual encerramento, pois esta entidade alegava que a escola não cumpria o mínimo de rácio para se manter de portas abertas, a autarquia reuniu com os presidentes de junta e foram consensuais em dizer que eram precisas obras. De todo o modo, o autarca disse já ter voltado a enviar um mail “para ver se podiam manter mais um ano, mas disseram que não”.

Também o presidente da Câmara, Dias Rocha, se mostrou surpreendido pela revindicação dos pais e da junta, agora. “Estou surpreendido. Fechava, porque o senhor presidente da junta estava de acordo, como no Colmeal. E o ministério disse que era para fechar” disse, com Luís Adolfo a recordar que, posteriormente, tanto ele como Paulo Borralhinho reuniram com os pais “que disseram que não queriam fechar a escola”.

Agora, António Dias Rocha garante que irá expor a situação ao Ministério da Educação e se não houver resposta favorável aos anseios da população, a própria autarquia poderá assumir um educador “para estar com as quatro crianças”. O autarca relembrou que a contratação de um educador pode não ser uma solução “legal”, mas garantiu que a autarquia “envidará todos os esforços para que a situação seja resolvida”. “Deixo uma garantia: vamos escrever ao ministério. Se não resolver, a Câmara assume arranjar uma educadora. Mesmo que o ministério não pague, arranjar-se-á uma solução” disse Dias Rocha.

Recordar que a questão já tinha ido a reunião de câmara em agosto do ano passado, onde foi aprovado, por maioria, o encerramento dos estabelecimentos de ensino pré-escolar situados em Colmeal da Torre e em Carvalhal Formoso, transferindo essas crianças para escolas de Belmonte.

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