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Cherovia vai ter centro interpretativo

Projeto tem em especial atenção a componente educativa

Dar à cherovia um local onde possa ser percebido o seu ciclo de vida e como pode ser consumida é um dos propósitos da reconversão de um espaço já existente, atualmente fechado, no Centro Interpretativo da Cereja e Cherovia, no Ferro, vila do concelho da Covilhã onde existe a maior produção da raiz com o formato da cenoura e a cor do nabo.

O espaço, com dois pisos, um pátio e um alpendre, vai estar especialmente direcionado para grupos escolares e familiares, com um reforço dos conteúdos para crianças, que terão, no primeiro piso, vários materiais didáticos de interatividade manual que simulam desde a apanha da cereja e da cherovia até recursos que indicam quantas vezes consomem os dois produtos, em que geografias eles estão mais presentes ou perceber as caraterísticas de cada planta através de projeções em ‘videomapping’.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia do Ferro, Gilberto Melfe, a intenção é, além da cereja, alargar o espaço a um outro produto importante na economia local e o edifício passará a expor conteúdos sobre ambos.

Gilberto Melfe adiantou que o projeto já foi aprovado em Assembleia de Freguesia e aguarda o apoio da Câmara da Covilhã para ajudar no financiamento de uma intervenção que o presidente da Junta do Ferro diz rondar os 75 mil euros, um valor que não tem capacidade para suportar.

O vereador com o pelouro do Turismo, José Miguel Oliveira, adiantou que está a ser elaborada a candidatura para a Junta de Freguesia (JF) apresentar, até ao final de março, ao programa + Interior, do Turismo de Portugal, que pode assegurar uma comparticipação de 70%, e manifestou a “sensibilidade” do município para apoiar na componente própria.

Caso a candidatura tenha acolhimento, Gilberto Melfe espera que o espaço possa reabrir ao público no final de 2024 ou início de 2025. O vereador mencionou o desejo de ver o projeto concluído “até ao final do mandato”.

O Centro Interpretativo da Cereja, inaugurado em 2014, está de portas fechadas e o presidente da JF informa que está prevista uma “alteração profunda dos conteúdos”, a densificação da vertente educativa, para “aprofundar essa relação”, conseguir atrair escolas do resto do país e manter o espaço aberto durante todo o ano.

“O centro poderá ser uma alavanca para dar a conhecer, impulsionar a produção de cherovia, que tem vindo a crescer na nossa freguesia, muito devido à promoção feita pelo Festival da Cherovia, que se realiza na Covilhã”, acentua Gilberto Melfe.

Outro dos objetivos é ter um equipamento dinâmico, que seja a ponte para levar os visitantes às plantações de cherovia, como já acontecia com a cereja, e apontar para a criação de uma Rota da Cherovia.

De acordo com o autarca local, o investimento é essencialmente “para conteúdos e não para obra física”, uma vez que o edifício precisa apenas de “pequenas alterações”.

O vereador com o pelouro na Câmara da Covilhã sublinhou que o concelho já explora do ponto de vista festivo e gastronómico a pastinaca, lembra que existem duas confrarias associadas à raiz e considera fazer sentido “existir um local que possa dar uma resposta teórica, interpretativa, sobre a exploração da cherovia”.

“A cherovia é um produto que está associado ao nosso concelho. Este tipo de produtos, que que nos dão algum caráter de exclusividade, devem ser aproveitados ao máximo pelos territórios”, realça José Miguel Oliveira.

O vereador acrescenta que a ideia é criar uma rede de centros interpretativos no concelho, alguns em fase de obra, que incorporem a área do saber-fazer e dar aos visitantes a possibilidade de ter experiências associadas a cada produto, para fazer os turistas aumentar o tempo de permanência no concelho.

José Miguel Oliveira destaca a importância de ter equipamentos, como o do Ferro, que, através de vários recursos, e do contacto com o meio envolvente e com os produtores, consigam transmitir um pouco a história e o que representam estas culturas no nosso dia a dia e na tradição da Cova da Beira”.

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