Cinema fora do convencional no Fundão

Fundão acolhe esta semana, até domingo, os Encontros de Cinema, que destacam a obra do italiano Enzo Castellari

Sem competição. Sem festival. Sem prémios. Sem passadeira vermelha. Ou seja, uns encontros de cinema fora do convencional. É isso que Mário Fernandes, do Cine Clube Gardunha, garante na iniciativa que arrancou esta quarta-feira, 28, e decorre até domingo, 1 de junho, no Fundão, e em que se dá destaque à obra do cineasta italiano Enzo Castellari.

Segundo a organização dos Encontros de Cinema do Fundão, a cargo do Cine Clube Gardunha, esta é um evento de “encontro, na verdadeira aceção da palavra”, assente “na partilha e não na competição”. Durante os dias desta iniciativa cruzam-se projeções de filmes, debates com a presença de autores, apresentações de livros e concertos.

Nesta 15.ª edição, o programa está centrado em retrospetivas, “não integrais, mas bem representativas das obras” de três cineastas “de diferentes geografias, estilos e gerações”: o italiano Enzo Castellari, o espanhol Pablo Garcia Canga e o português Pedro Ruivo. Está também prevista a antestreia do filme “Há uma sombra”, de Alejandro Pereyra, boliviano radicado no Fundão.

Mário Fernandes considera Enzo Castellari “o cabeça de cartaz” deste ano. O filme de Castellari “Keoma” é exibido no sábado, 31, às 17:00, seguido de um encontro com o realizador. Antes, às 15:00, os espetadores podem assistir a “Escape from the Bronx”, também do italiano. Ainda de Castellari, na sexta-feira, 30, são projetados “The big racket” (15 horas) e “The inglorious bastards” (21:30).

De Pablo Carcía Canga foram selecionados “Por la vacía”, “La nuit”, “Tu tembleras pour moi” e “Las tiaerras del cielo”. “Também gostamos de mostrar o cinema contemporâneo, internacional, e vamos fazer uma retrospetiva do Pablo García Canga, que é um nome importante do cinema contemporâneo espanhol”, explica Mário Fernandes.

O terceiro realizador em foco é Pedro Ruivo, que foi assistente de realização de nomes como Manoel de Oliveira, Wim Wenders ou Werner Schroater. A película portuguesa de ficção científica “A força do atrito é exibida esta quinta-feira, 29, às 15 horas. “Temos também uma preocupação em relação à história do cinema português, que é dar a conhecer filmes soterrados, filmes mais invisíveis. Este ano vamos exibir um filme pouco visto, do realizador Pedro Ruivo, que foi um realizador importante até determinada altura e depois caiu um bocadinho no esquecimento”, sublinha à Lusa Mário Fernandes.

Os Encontros de Cinema do Fundão abrem com um concerto inspirado no universo punk de Castellari, com Miguel Newton, vocalista dos Mata Ratos, Marta Ramos, Gonçalo Batista e as bandas No No e Move. Outros realizadores, como Ronald Perrone, Santos Díaz, Júlia Betrian, Ángel Santos, André M. Garcia ou Manuel Mozos estarão também presentes no evento, para dialogarem num ambiente informal com o público e outros convidados. “O facto de não ser um festival convencional, não ter prémios, estar assente na partilha, no convívio, na descoberta também do território, traz singularidade, diferença, porque normalmente os festivais estão muito formatados”, reforça Mário Fernandes.

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