O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, afirmou ter a garantia do Ministério da Agricultura de que os valores de referência dos apoios para a construção de coberturas nos pomares de cereja vão aumentar para os 50% e aguarda que o Governo tome posse para que essas linhas de apoio atualizadas fiquem disponíveis.
Atualmente existem túneis apenas numa pequena parcela, cerca de seis hectares dos dois mil que estão em produção no concelho do Fundão, e o autarca manifestou o desejo de ver 10% dos cerejais cobertos, cerca de 200 hectares, o que pode representar um investimento de 15 a 20 milhões de euros nos próximos anos.
“No mínimo queríamos ter 200 hectares, o ideal era chegar perto dos 400 hectares”, disse ao NC Paulo Fernandes, com a preocupação de proteger parte da produção de condições meteorológicas adversas e deixar os agricultores mais defendidos.
Atualmente, os apoios existentes para as coberturas antigranizo cobrem apenas cerca de 10% do custo de instalação e implicam um investimento muito avultado dos produtores, tendo em conta que cada hectare coberto pode custar até cerca de 50 mil euros.
Segundo Paulo Fernandes, os apoios atuais cobrem cerca de um quinto do custo e não permitem “a viabilidade do investimento”.
O autarca lembrou que o ministro da Agricultura fez três visitas ao concelho, onde lhe foi explicado que, para a cereja, um fruto sensível, as estruturas têm de ser mais robustas do que para outros frutos e proteger também da chuva forte.
Em 2023, numa visita ao Fundão, a então ministra, Maria do Céu Antunes, manifestou-se disponível para abrir um aviso específico de apoio à cobertura de pomares de cereja com uma película que produza energia e proteja o fruto de condições meteorológicas adversas.
A governante frisou que aumentar o sistema de túneis, não com plástico, mas com filmes fotovoltaicos, seria uma garantia de “ganho de produtividade e de produção de energia limpa” e uma forma de “proteger os pomares e ganhar competitividade”.