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Comerciantes dizem-se “prejudicados” com silo do Sporting fechado

Comerciantes do centro da cidade dizem que o facto do silo estar fechado, numa altura em que há mais gente, fruto da vinda de emigrantes, prejudica negócio. Vítor Pereira acredita que em agosto a estrutura reabre

“Há mais gente agora. Há emigrantes a chegar à cidade e não têm onde por o carro. Não se resolve coisa nenhuma”. Foi este o lamento deixado por um comerciante, com negócio no Centro Comercial do Sporting, na última reunião pública do executivo covilhanense, que decorreu na passada sexta-feira, 21.

João Soares foi pedir esclarecimentos sobre o fecho do silo-auto do Sporting, lamentando não ver quaisquer movimentações para a realização de obras necessárias à sua reabertura, e disse que isso está a prejudicar fortemente os negócios. “Não se vê obras. Há algum problema? Andamos há três meses nisto e a atirarem-nos com poeira para os olhos” disse o comerciante, que lamentou também que, com o tarifário que a Trandev vai aplicar quando reabrir o silo, não haja “possibilidade de escolha” e se tenha que pagar uma avença de 24 horas, quando, no máximo, um comerciante precisa de ali deixar a viatura durante 12 horas. “Somos muitos comerciantes e estamos a ser altamente lesados” garante.

José António Pinho, outro dos comerciantes, considera que os tarifários dos silos deveriam ser revistos. Têm uma primeira meia-hora gratuita, que acha que podia ir mais além (uma hora), e que tarifar de 15 em 15 minutos prejudica quem, por exemplo, deixa o carro durante dez minutos. “Deveria ser tarifado ao minuto” considera. “Porque está a haver tanta burocracia na reabertura do silo? Hoje as vendas são pouquíssimas e vai agravar-se nos próximos tempos, fruto da crise que se vive. Será preciso também dar atenção ao estacionamento à superfície, que terá que ser mais barato que nos silos” defende.

Fernando Pereira, proprietário de uma ótica no centro da cidade, lembrou que antes de se fazerem silos no centro da cidade o negócio era próspero e que, durante as obras, essa centralidade se perdeu. “Não houve ninguém mais prejudicado que os comerciantes com a sua feitura. Cerca de 90 por cento do comércio, aqui, fechou portas. Aqui, hoje, já ninguém consegue comprar uma camisa ou uma gravata. Isto não pode continuar nestas condições. Para os comerciantes, nada justifica 45 euros de uma avença para estacionar. É muito dinheiro. E as pessoas que vêm, ou vendem o automóvel ou o põem no bolso” ironiza. “Para nós, a cidade é aqui em cima, apesar de se ter expandido lá para baixo” reforça.

Os comerciantes lamentaram também o aumento de preços no estacionamento, de acordo com a informação que tinham num flyer produzido pela empresa concessionária.

Vítor Pereira negou o aumento. “Não houve aumento de preços. É falso. Em 2019 congelámos os preços dos transportes e do estacionamento. Se tivessem acompanhado a inflação, não seriam estes os preços. Foram agora descongelados. Todos quereríamos tudo de borla, mas não é possível” afirma o autarca covilhanense.

Quanto ao tempo de isenção de pagamento de estacionamento nos silos, Pereira lembrou que apenas em épocas muito especiais tem havido gratuitidade. “Vocês (comerciantes) nunca tiveram meia hora de desconto, a não ser pelo Natal. É um benefício que a Câmara tem dado a favor do comércio” conta.

No que diz respeito ao estacionamento à superfície, o presidente de Câmara garante que “por cada lugar taxado há nove ou dez isentos” e avançou com o mês de agosto para que silo do Sporting reabra. “Em agosto será reposta a normalidade, segundo a informação que tenho” disse, lembrando que o silo “nunca esteve licenciado. E há quantos anos lá está” perguntou o autarca. “É culpa de todos e de ninguém, mas esse assunto já estará resolvido. Quanto às obras, não demorarão uma eternidade. É só limpar, pintar e colocar tecnologia, que é fundamental que seja feito”, prometendo analisar a hipótese de avenças para comerciantes inferiores às 24 horas. “Podemos analisar, mas não podemos prometer. Não se pode fazer uma lei apenas para uma pessoa” vinca.

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