Os diâmetros das condutas de abastecimento às bocas de incêndio no Parque Industrial do Canhoso “estão fora das recomendações técnicas”, por se tratar de uma estrutura da década de 70, e está a ser elaborado um plano “para substituir a tubaria”, mas essa é uma obra para fazer “por fases”, até devido aos elevados custos envolvidos.
A informação foi adiantada pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, no final da reunião privada do executivo de sexta-feira, 11, após ser questionado sobre as considerações feitas pelo vereador da coligação CDS/PSD/IL, Jorge Simões, que aludiu ao incêndio numa fábrica, em Janeiro último, para sublinhar a necessidade de corrigir a situação.
Jorge Simões realçou que, na ocasião, segundo informações que lhe foram reportadas por bombeiros, se verificaram caudais estrangulados, diminuindo a possibilidade de atingir os caudais máximos da rede, os carros de combate ao incêndio foram encher a outros locais e que a conduta no Parque Industrial do Canhoso, que abastece as bocas de incêndio, é de diâmetro 80, para locais de grau de risco um, quando as zonas industriais devem estar preparadas com equipamento para grau de risco cinco, o que equivale ao dobro do diâmetro.
“Essas deficiências não deviam existir”, acentuou o vereador da oposição, que disse que nesse episódio “não faltou água, faltou caudal de água”, e pediu que seja feita “uma reformulação dessas condutas”. “A rede tem de ser substituída, de forma a ter um diâmetro maior, para aumentar os caudais”, preconizou.
Caudal do Tortosendo “em harmonia” com recomendações
Vítor Pereira lembrou as declarações do comandante dos bombeiros, que afirmou não ter tido problemas de falta de água, e reiterou essa informação que disse ter verificado no local. “A água era suficiente”, vincou o autarca, que acrescentou que as viaturas foram abastecer a outros locais “preventivamente”, para “complementar, para reforçar” os meios existentes. O presidente sublinhou ainda existirem estrangulamentos de caudal “com pouco ou muito diâmetro”.
O autarca informou que ao contrário do que acontece no mais recente Parque Industrial do Tortosendo, onde esse diâmetro das condutas já está “em harmonia” com o que é considerado adequado, no Canhoso a estrutura é mais antiga, da década de 70, e é necessário remodelar, mas acentuou que o diâmetro do caudal “é uma recomendação” e “não há obrigatoriedade nem penalizações” no caso de não estar de acordo com as normas mais recentes, embora tenha acentuado ser intenção do município corrigir a situação, por fases, por ser necessário substituir tubagens que passam por baixo de várias estruturas.
“Temos de fazer, mas por fases. Não é uma urgente prioridade”, considerou, dando como exemplo o incêndio de Janeiro numa fábrica têxtil.
“Alarmismo injustificado”
Vítor Pereira pormenorizou que as vistorias às bocas de incêndio vão passar a ser feitas com maior frequência.
O presidente do município acusou a oposição de querer “teatralizar” e ter feito declarações de um “alarmismo injustificado, infundado, sem qualquer adesão à realidade”.
Marta Alçada esclareceu terem regressado ao assunto apenas porque foi votada a acta da reunião de Fevereiro onde contavam considerações de José Miguel Oliveira a “pôr em causa” o vereador da coligação Pedro Farromba, acusando-o de estar a fazer “baixa política” e a negar categoricamente que as bocas de incêndio não funcionaram. Vítor Pereira comentou que tinha sido furtada uma peça de uma delas e que a situação foi rapidamente resolvida.
“As declarações foram inoportunas e, de facto, existem falhas”, frisou Marta Alçada, também eleita pelo CDS/PSD/IL.