O ContraDança – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo, que este ano decorre entre 26 de setembro e 4 de novembro, pretende continuar a trazer à região uma programação plural, diferenciada, e mostrar o que é diferente, dentro de um conjunto de espetáculos que têm o foco “no movimento”.
Para democratizar este tipo de manifestação artística, mais alternativa, a ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes, promotora do festival, tem previstas 17 apresentações em cinco concelhos da Beira Interior: Covilhã, Fundão, Gouveia, Seia e Fornos de Algodres, além de atividades paralelas.
Na Covilhã os quatro espetáculos têm entrada paga e sobem ao palco, em 4 de outubro, a companhia Alma D`Arame, com a criação de cruzamentos artísticos “A cidade e os sonhos”, no Teatro Municipal da Covilhã (TMC), o Quarteto Contratempus com o concerto encenado “Raiz pivotante”, dia 12, a companhia João Garcia Miguel com “Ode marítima remix”, dia 14, e entre 2 e 4 de novembro a ASTA repõe “Spectrum”, no New Hand Lab.
Uma das novidades desta edição é o debate sobre a municipalização da cultura, dia 3 de outubro, às 18:00, na Casa dos Magistrados, na Covilhã. No dia seguinte realizam-se as Jornadas de Literatura e Artes Performativas, na Universidade da Beira Interior, uma “jornada académica” em torno do espetáculo “A cidade e os sonhos”.
Entre as atividades paralelas estão também previstos o Mercado Negro, a Feira do Livro de Artes e a exposição reciclARTE, momentos importantes, na opinião de Rui Pires, diretor do ContraDança, para promover “o envolvimento com as comunidades locais”.
Segundo Rui Pires, além de a ASTA procurar levar a programação “a vários locais” e de escolher espetáculos “que de outra forma não viessem à região”, existe também a preocupação de ter uma oferta “para várias faixas etárias” e os espetáculos em escolas, em Seia e Fornos de Algodres, vão contar com a participação de cerca de 500 crianças.
“Há uma tentativa de criar públicos e de mostrar outro tipo de espetáculos”, salientou na quarta-feira, 13, durante a apresentação do festival, Rui Pires, para quem um dos propósitos do ContraDança passa por “democratizar estes espetáculos mais conceptuais” e “mostrar o diferente”.
A partilha de recursos, e consequentemente de custos, gerando economia de escala, é outra das preocupações no envolvimento do maior número de municípios, que poderão beneficiar, além da oferta à população, da “cultura como motor de desenvolvimento”, vincou o diretor do ContraDança.
O diretor artístico da ASTA, Sérgio Novo, realçou a preocupação em incluir na programação “o mais alternativo possível” e “continuar a garantir a pluralidade” na oferta, que vai além da dança contemporânea e inclui o teatro, o circo, a música e cruzamentos artísticos.
“A palavra movimento esboça todo o esqueleto programático do festival desde a sua origem até aos dias de hoje”, acentuou Sérgio Novo.
A 14.ª edição do ContraDança, com um orçamento de 73 mil euros, estreia dia 27, Fornos de Algodres, “Desafios (im)possíveis”, criação da ASTA direcionada para o público infantil e com o foco na sustentabilidade e a importância de “reutilizar materiais”, explicou Sérgio Novo.
Nas apresentações em que a entrada não é livre o ingresso tem um custo de seis euros, a que é aplicado um desconto de 50% a estudantes e maiores de 65 anos.