Com a presença de 315 atletas e técnicos e de 29 instituições, os X Jogos Adaptados da Cova da Beira Special Olympics “são os maiores de sempre”, afirma António Marques, o presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Covilhã, instituição organizadora do evento que decorre entre os dias 20 e 22.
A competição, destinada a pessoas com deficiência intelectual, conta com provas em basquetebol, natação, ténis de mesa, futsal e, pela primeira vez, vai ser experimentado o badminton. As provas decorrem nos pavilhões da Universidade da Beira Interior (UBI), do Teixoso e na piscina do Fundão.
Segundo António Marques, devido à incógnita em relação às condições meteorológicas nesta altura do ano, opta-se por evitar modalidades ao ar livre.
O presidente da APPACDM acentua a preocupação em mobilizar o máximo de instituições, para que mais gente pratique atividade física, e “da região vão estar quase todas presentes”, assim como associações de vários pontos do país, algumas pela primeira vez.
António Marques sublinha que o desporto foi, desde o início, uma aposta da APPACDM da Covilhã, e que o exercício regular faz parte do plano individual dos utentes. As competições, como é o caso dos X Jogos Adaptados da Cova da Beira, são uma forma de, através dessa experiência, os participantes desenvolverem várias competências, nomeadamente ao nível da socialização, do reforço da autoestima e da autonomia.
“As medalhas são importantes para eles, mas não são as medalhas que se procuram, é o convívio, saírem da sua rotina diária”, sublinha o responsável, que é também presidente do Special Olympics Portugal.
António Marques vinca que os Jogos Adaptados “são mais do que desporto, são um encontro, um espaço de socialização e de inclusão”. “O desporto é um meio de inclusão, através da atividade desportiva”, embora ressalve que os atletas “querem superar-se, ir sempre mais longe” e fazer melhor, mas, enquanto participam, desenvolvem-se em outras dimensões.
Os Jogos Adaptados da Cova da Beira incluem os Jogos Regionais de Inverno do Special Olympics Portugal e, como é habitual, contemplam a realização de rastreios. Na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI vão estar optometristas, fisioterapeutas e médicos que vão fazer a avaliação dos atletas, um eventual diagnóstico e, em caso de necessidade, encaminhá-los.
O movimento existe em Portugal desde 2001 e a diferença para o movimento paralímpico é que os atletas competem com atletas com marcas semelhantes e os tempos de cada um não pode ter diferenças superiores a 10 %.
Portugal já participou em seis Mundiais dos Special Olympics e os atletas da APPACDM têm sido presença assídua em competições internacionais.