Chamar a atenção para o design, para como ele está presente em tantos aspetos, para o design nas empresas da Covilhã, para os designers, e torná-lo visível não apenas para públicos mais específicos, como para a generalidade da população, é um dos objetivos da terceira edição da Covilhã Cidade Criativa, que decorre entre 8 e 14 de novembro e tem a principal ação em espaço aberto, no Pelourinho.
No ano em que o tema do evento é “A cidade e o design”, a manifestação com maior visibilidade é a exposição “Design Encaixa”, que fica patente durante os sete dias na rua, na Praça do Município, e as restantes atividades realizam-se ao redor, no eixo entre o Teatro Municipal e o Posto de Turismo.
A mostra resulta dos Desafios Criativos feitos a escolas, empresas, instituições e artistas e que consiste em cinco caixas com o trabalho apresentado por cinco escolas e cinco empresas do concelho, mais dez elaboradas por dez cursos da Universidade da Beira Interior.
A premissa, realçou a vereadora, foi que as propostas tivessem “a sustentabilidade como eixo de criatividade e desenvolvimento”.
A vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, salientou que a terceira edição do evento tem como objetivo ligar a comunidade à cultura do design, alertar o público em geral para a presença e a relevância do design em várias dimensões e também “valorizar a Covilhã como Cidade Criativa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”.
Segundo a autarca, também se pretendeu chamar a atenção para “o design que existe na Covilhã” e que ele tenha “uma identificação fácil para a comunidade em geral”.
“Quisemos que o design seja reconhecido na sua transversalidade”, acrescentou Regina Gouveia.
O curador da exposição “Design Encaixa”, Vasco Pinho, explicou que as caixas que vão ficar em exibição no centro da Covilhã, e que posteriormente podem circular por outras cidades criativas, em Portugal e no estrangeiro, têm associado o conceito da sustentabilidade e o que é apresentado “pode ser a construção de um produto ou a desconstrução dos mesmos”.
O curador acrescentou que o intuito foi demonstrar “o potencial de riqueza do design que é gerado na Covilhã”, as múltiplas formas que pode assumir, que é desconhecido por muita gente e que pode assumir a forma de um carrinho de supermercado ou de um expositor.
“Quisemos que houvesse uma aproximação da realidade do trabalho”, frisou Vasco Pinho.
O programa, vasto, contempla iniciativas como oficinas, exposições, concertos, cinema, arte urbana ou um encontro de debuxadores.
“O mote deste programa foi colocar o design em espaço mais aberto, para a comunidade em geral”, sublinhou Regina Gouveia, durante a apresentação do evento, na quinta-feira, 24.
A III Covilhã Cidade Criativa, que integra o Dia Municipal da Cultura, dia 08, decorre num conjunto de espaços na Praça do Município, na rua e contempla o Ciclo Design em Cinema, um desfile de moda com material reciclado, a estreia do documentário “Covilhã – terra de tecidos, memórias e pessoas”, coordenado por Gonçalo M. Tavares, e a apresentação do programa da Trienal Internacional de Design da Covilhã.
O “Industrial – encontros com a cidade fábrica”, em que se pretende juntar a arte, o design e o património industrial”, também faz parte da programação, tal como encontros de especialistas na área.
O evento tem um orçamento de 45 mil euros.
A Covilhã é há três anos Cidade Criativa da UNESCO na área do design.