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Covilhã: maioria vê evolução e oposição estagnação

Vítor Pereira diz que agora os “covilhanenses estão melhor” do que há dez anos, mas há quem acuse a gestão socialista de apatia e falta de ambição

Passados dez anos de governação socialista, os covilhanenses estão melhor, afirmou o presidente da autarquia, Vítor Pereira, durante a Assembleia Municipal extraordinária realizada na segunda-feira, 29, em que se discutiu o estado do município, mas a oposição acusa o edil de descrever um concelho que não existe, considerou ter sido um período de estagnação económica, de ausência de uma estratégia de desenvolvimento e de não ter feito 10% do antecessor.

“O nosso município tem vindo a melhorar todos os dias e, felizmente, os covilhanenses estão melhor”, frisou Vítor Pereira, que acentuou ter encontrado um passivo de cerca de 130 milhões de euros, que agora se situa nos 40 milhões e teve uma redução de 90 milhões de euros em dez anos no perímetro municipal, apesar da diminuição de impostos e aumento de apoios, argumentou.

Vítor Pereira garantiu estar a cumprir o compromisso assumido com os covilhanenses, salientou que o executivo tem sido “peça fundamental na atração de empresas e investimento privado” e indicou estarem previstos investimentos de “mais de 500 mil euros e mais de 600 postos de trabalho”. “O estado do município é muito melhor do que era há dez anos”, reforçou o presidente, elencando um conjunto de projetos em várias áreas.

Para Hugo Lopes, do PSD, Vítor Pereira fala de um concelho “das mil maravilhas que só existe no seu ideário”, quando o município vive num “estado de apatia, de abandono e de falta de ambição”, alertando para o Complexo Desportivo “abandonado”, a pista de atletismo com o tartan estragado, a piscina fechada há mais de um ano, uma piscina coberta e um pavilhão multiusos que “ainda não existem”, o Jardim da Goldra “por recuperar” ou a ICOVI que passou a dar prejuízo.

“A maior obra dos seus mandatos foi obra do trabalho do seu antecessor”, disse o eleito do PSD, que questionou se Vítor Pereira conseguirá fazer 10% do trabalho das equipas lideradas por Carlos Pinto, uma pergunta também feita por Lino Torgal, da mesma bancada.

Joana Rocha, do CDS, acusou Vítor Pereira de passados 11 anos justificar o estado do município, que enfatizou não ser bom, com a herança encontrada, palavras rejeitadas pelo presidente, que considerou não se poder comparar uma governação de vinte anos em que houve fundos comunitários “despejados a balde” e “dinheiro a rodos da União Europeia” com anos de troika no país, com um município com índice elevado de endividamento e sujeito à lei dos Compromissos e a leis-travão.

“Eu não me desculpo com o passado. Quem chega a um município com este volume de endividamento está de pés e mãos atados”, ripostou Vítor Pereira, segundo o qual os “primeiros cinco anos foram para resolver coisas urgentes”.

Vítor Reis Silva, do PCP, mencionou que o presidente invocou na sua intervenção “muitos anúncios” feitos anteriormente, censurou uma “concentração de investimentos na cidade”, de não se olhar para o concelho de uma forma integral, questionou sobre as condições de trabalho de alguns funcionários municipais, lamentou que o investimento nas escolas esteja “muito longe do desejável e necessário” e censurou as diferenças de valor dos passes no concelho e a “discriminação das pessoas” das freguesias rurais.

Do movimento Covilhã Tem Força, Vítor Tomás Ferreira advogou que “é possível fazer mais e melhor” e referiu a necessidade de um pavilhão multiusos.

Da bancada laranja Lino Torgal salientou que existe a realidade que o presidente mostrou na Assembleia Municipal e “a que é mostrada pelos dados da Pordata”. Vanda Ferreira, também do PSD, reforçou que o concelho descrito por Vítor Pereira só existe na sua imaginação, acentuou que “nos últimos dez anos a Covilhã enfrentou uma estagnação económica” e se verifica no município “nepotismo e clientelismo”.

Nuno Reis, do CDS, questionou sobre a valorização do Zêzere e fez uma avaliação do desempenho da maioria “profundamente negativa”, dando o exemplo de promessas por cumprir. João Bernardo apontou ao presidente pelo “tom de vendedor ambulante do que ainda não foi feito”, classificou o desempenho do PS como “um inconseguimento”, disse que Vítor Pereira “navegou à vista” e “não teve uma estratégia municipal de desenvolvimento”.

Elementos da bancada do PS destacaram o “défice de infraestruturas desportivas”, manifestaram preocupação com a demografia no concelho, frisaram a necessidade de aposta em habitação e na conclusão da ligação a Coimbra.

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