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Crítica mordaz e irreverência voltaram à rua com a Latada

Depois de uma pausa de dois anos, motivada pela pandemia causada pela covid-19, milhares de estudantes da Universidade da Beira Interior voltaram a circular esta terça-feira pelas ruas da Covilhã no habitual cortejo da Latada, desta vez um momento ainda mais especial para os alunos.

Vestido com o icónico traje às bolinhas da tuna Já B´UBI & Tokuspocos, com a parte superior de um garrafão convertido em chapéu e de copo na mão, Simão Dinis, 20 anos, aluno do segundo ano de Ciências do Desporto, está a viver o seu primeiro desfile dos estudantes na UBI.

Um amigo do Barreiro, de onde é natural, já lhe tinha explicado como é a Latada, mas o novo coronavírus impediu-o de viver na plenitude a sua Recepção ao Caloiro e experimentou hoje “essa grande emoção”.

“Tinham-me dito como é, mas é impossível descrever o que sentimos neste dia e o significado desta festa, só mesmo estando presente. Está a ser demais, em todos os aspectos”, enfatizou o ´lacaio` de Ciências do Desporto, nome pelo qual são conhecidos os alunos de segundo ano.

Paulo Seixo, 23 anos, de Engenharia Civil, participou há cinco na sua primeira Latada e já estava “com muita saudade”. “É especial reviver este momento, com tudo o que representa para nós. Ir aqui no meio supera sempre as expectativas”, frisou, acrescentando que nos dois últimos anos o regresso às aulas “foi incompleto” sem o desfile.

Entre carros vistosos e outros mais discretos, latas pintadas com as cores dos respectivos cursos a arrastar no chão, muito barulho e alguns excessos, a ocasião foi aproveitada para satirizar e criticar.

A figura do primeiro-ministro a conduzir um dos CL- Comboios do Litoral, porque “Portugal é Porto e Lisboa e o resto é paisagem”, os elevadores da cidade parados, o incêndio na Serra da Estrela, os tempos de espera no acesso à Saúde, o mau hábito de gozar com as características físicas das pessoas, o elevado valor das rendas das casas ou o crescente espaço dos privados perante as dificuldades no Serviço Nacional de Saúde foram alguns dos temas abordados nos carros alegóricos, num cortejo que também recordou a Crise Académica de 1969.

“Voltámos a ter a Latada e este espírito que tanto a academia, como a cidade, mereciam”, regozijou-se o presidente da Associação Académica da UBI, Ricardo Nora. “Os estudantes são irreverentes, são críticos, para melhorar a nossa sociedade, a nossa universidade e a nossa cidade”, acrescentou o dirigente estudantil, enquanto observava a passagem dos carros e de muitos cartazes com mensagens inscritas.

Segundo Ricardo Nora, Além da maioria dos 1400 alunos que entraram este ano na Covilhã no Ensino Superior, estiveram também presentes muitos milhares de familiares e amigos a assistir, assim como estudantes que terminaram os cursos nos anos de pandemia e “vieram à cidade para viverem este momento”.

“Esta é uma Latada especial para todos nós”, sintetizou o presidente da AAUBI, em declarações ao NC.

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