Procurar
Close this search box.

Daniel dos Santos: o suíço da Covilhã

Tem 20 anos, é natural da Covilhã e estreou-se este mês como internacional sub-21 pela Suíça. Daniel dos Santos sempre sonhou ser profissional de futebol e também jogar no Benfica

Para muitos, é ainda um ilustre desconhecido. Para outros, mais atentos ao futebol mundial, e, sobretudo, aos “filhos da terra”, Daniel dos Santos é já alguém que seguem há algum tempo e um jovem valor que tem tudo para chegar aos patamares mais altos do futebol europeu. Este rapaz, nascido na Covilhã a 29 de dezembro de 2002, filho de emigrantes radicados na Suíça, para já, deu um passo muito concreto nesse objetivo: estreou-se como sub-21 pela seleção nacional suíça, num jogo de apuramento para o Europeu frente à Finlândia (foi titular e jogou 64 minutos), depois de, em 2022 já ter realizado três jogos pelos sub-20.

“O meu objetivo sempre foi chegar a primeira equipa no FC Thun (equipa da segunda divisão suíça) e depois tentar chegar à seleção de sub-21. Aconteceu tudo muito rápido nestes últimos dois anos e meio. Agora, o importante é continuar a trabalhar, tentar fazer melhor do que ontem e não perder o foco” afirma ao NC o jovem Daniel.

Nascido no hospital da Covilhã, Daniel, com apenas seis meses foi para a Suíça, em 2003, país no qual o pai, Paulo Jorge, já tinha estado antes dele nascer. Mas nesta altura, pai e mãe também foram. E por lá se radicaram. O sonho de ser jogador profissional de futebol sempre existiu. “Desde muito pequenino comecei a jogar aqui no FC Interlaken, o principal clube da região onde vivemos. Tive a oportunidade de jogar no FC Thun a partir dos 11 anos de idade. O estádio fica a 30 quilómetros de onde nós vivemos e durante anos foram sempre os meus pais que diariamente me levavam aos treinos durante toda a época. No inverno, com a neve, 60 quilómetros diariamente. E conciliar tudo isto com a escola, nem sempre foi fácil. Sem o apoio dos meus pais nada disto seria possível” garante o jovem internacional suíço (tem dupla nacionalidade) que chegou a ser chamado aos sub-15 de Portugal, em 2016. “Mas depressa percebi que as minhas hipóteses seriam maiores na Suíça” garante.

Mais tarde, com mais idade, começou a fazer o trajeto para Thun de comboio e autocarro, para treinar, e no clube local (que é segundo na classificação e luta para subir à primeira liga), fez todos os escalões de formação, até chegar à primeira equipa. O primeiro jogo oficial pelos seniores, na segunda divisão, aconteceu em fevereiro de 2021.

Em Portugal, mantém ligações familiares e visitas regulares, quando há férias. Ou quando é possível, para alguém que vive entre treinos, estágios e jogos. Se os pais não tivessem emigrado, Daniel não sabe se teria dado jogador. “É difícil responder. Nunca joguei em Portugal, talvez, quem sabe, conseguisse chegar aos sub-21, mas na vida temos é que falar do presente e do futuro, e não do que poderia ter sido e nunca foi” afiança o futebolista.

 

“A minha avó, na Covilhã, é quem me dá mais força e motivação”

 

Daniel dos Santos diz que acompanha o campeonato português, em especial, o Benfica, clube do coração, e o Sporting da Covilhã, na Liga 3, clube do qual é sócio “desde pequeno”. Aliás, a ligação à Cidade Neve é constante. “A Covilhã esta sempre no meu coração. Foi onde nasci, onde sempre fui de férias desde pequenino para casa dos meus avós, que moram no centro da cidade. Quando era mais pequeno e tinha férias da escola, íamos a Portugal três semanas, ia sempre ao Santos Pinto ver o Sporting da Covilhã. Tenho muitas fotografias com muitos jogadores que por lá passaram, como o Erivelto ou o Traquina, que hoje joga outra vez no Covilhã” lembra Daniel.

O atleta recorda com tristeza que no dia em que o avô faleceu (“está sempre a olhar por mim e a dar-me força”), estava a jogar longe de casa, tinha acabado de marcar um golo frente ao FC Vaduz, quando o pai lhe deu a notícia. “No dia seguinte viajámos para Portugal. Todos os dias faço uma videochamada para a minha avó, que já tem quase 80 anos. A vida passa rápido e tudo acaba um dia. Por isso, após o campeonato acabar, passo sempre uma semana na Covilhã com ela, que é a pessoa que mais força e motivação me dá, que me faz sentir sempre bem, mesmo quando não estou, e que tem sempre uma palavra de carinho e ânimo para me dar” lembra com saudade Daniel.

(Reportagem completa na edição papel/PDF desta semana)

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2023 Notícias da Covilhã