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DEIXEM-SE DISSO

“Chega de dirigentes inacessíveis, intocáveis, que vivem numa redoma inquebrável”

Onde é que falhamos? Quem nos falhou? Pergunto eu, quando confrontado com a possibilidade de numa muito hipotética segunda volta das próximas eleições presidenciais, se poderem enfrentar um militar e um radical de extrema direita. Mas que democracia é esta que ao cabo de 50 anos pare isto?! Não temos mais nada para apresentar, a não ser esta coisa, ou os

habituais candidatos dos principais partidos, que de cinco em cinco anos, vão depauperando os seus plantéis, e já não têm trunfos para ir a jogo? Portugal não tem figuras de elevada estatura moral, que tenham arte para a condução do país, a capacidade para exercer a liderança política com sabedoria, inteligência, e que se tenham moldado em efectivas camadas de consciência cívica e independência. Sem o recurso a tiques de autoridade, ou a malabarismos de circo. Personalidades com virtudes intocáveis, preocupadas com o futuro de uma comunidade, e não com o seu próprio poder. Portugal não precisa de candidatos para ganhar a próxima eleição, sim de gente com uma visão modernista, que espelha realizações, e que tenham uma ideia muito concreta para a nossa representação no mundo. O cenário é, e perdoem-me a catastrófica portuguesice, de uma “pobreza franciscana”, como uma loja sem produtos nas prateleiras. Deixemos isso agora na borda do prato, afinal ainda falta um ano.

Mas se isto se passa ao mais alto nível, como a escolha para Presidente da República, detenhamo-nos um pouco em pensamentos sobre o que para aí vai de misérias nas soluções apresentadas, agora sim pela política partidária, no que toca a gestores de câmaras municipais. O que devemos esperar – mais do que aquela bacouca e poucochinha luta por uma cadeira e um gabinete – de um verdadeiro líder de um governo regional? Será que não nos cabe a responsabilidade de querer alguém que seja o paladino da cidadania, que olhe para a sua cidade, e perceba o que ela precisa para crescer em prosperidade, que veja em cada um dos seus concidadãos, um espelho de si próprio, e que dê o corpo às balas por aquilo em que acredita, e que essas suas convicções entronquem nos interesses de cada um de nós?! Será que não devemos exigir alguém que dê a cara, que se nos junte, nas pretensões, nos direitos, nos deveres, na obtenção de qualidade de vida?! Eu, modéstia à parte, quero um presidente de câmara que me deseje um dia bom, e que tudo faça para que seja realmente, e de cada um de nós um verdadeiro parceiro. Chega de dirigentes inacessíveis, intocáveis, que vivem numa redoma inquebrável. Quero gente capaz, gente boa, gente que vai à luta. Ao nosso lado. Por nós. Da próxima vez que formos chamados a votar, deixemo-nos de tretas, e escolhamos quem sabe o que queremos, o que precisamos. Para que de uma vez por todas, não seja mais do mesmo. Aqui, ali, no nosso dia-a-dia, como além, em Belém.

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