Deputados querem auditoria às contas da Câmara de Belmonte

Todos de acordo: o executivo da Câmara de Belmonte deve requerer a uma entidade externa uma auditoria às contas do município para se saber exatamente qual o montante da dívida da autarquia, e acatar responsabilidades a quem as tenha. Foi este o teor de uma recomendação apresentada pelo deputado do PSD na Assembleia Municipal, Tiago Gaspar, que foi aprovada por unanimidade pelos deputados belmontenses na última reunião do órgão, a 19 de dezembro.

Segundo Tiago Gaspar, o atual executivo liderado por António Luís Beites enfrenta um mandato que é um “dos maiores desafios” da história do poder local, em Belmonte, com uma dívida que aponta aos 20 milhões (verba nunca confirmada pelo autarca belmontense) e verbas do IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana) que têm que ser devolvidas (cerca de 1,2 milhões de euros) e que “criam incerteza”. O deputado disse que um “raio X interno não tem força para devolver a credibilidade junto dos credores” e que “ninguém quer que pairem incertezas” sobre quem governou a Câmara nos últimos anos. “A auditoria é urgente. Não serve para perseguir ninguém, mas antes para proteger” disse, recomendando uma auditoria “externa independente” que o deputado pretende tenha carácter forense.

A recomendação acabou por ser aprovada por unanimidade. Luís António Almeida, deputado do PS, e que foi no mandato anterior chefe de gabinete do ex-autarca António Dias Rocha, mostrou-se surpreso com os números que se vão falando na praça pública. “Não estávamos à espera. Toda a gente dizia que era controlável”, salienta, lembrando que em 2021 a autarquia fez um saneamento financeiro que três anos depois foi suspenso por se considerar a que a situação da autarquia era já mais desafogada. O deputado salienta mesmo que esta recomendação se deve transformar “em obrigação” e que se deve ir “ao fundo da questão”. “Fomos enganados, ainda não sabemos bem por quem”, frisa.

O presidente da Câmara, António Luís Beites, voltou a dizer que, passados quase dois meses desde que tomou posse, se continuam a fazer contas e a “apurar” a dívida junto de todos os fornecedores, voltando a salientar que “a situação é preocupante” e reafirmando que a verba encaixada, vinda do IHRU, que terá sido gasta em fins que não eram aqueles a que se destinava, terá que ser devolvida.

Tiago Gaspar também pretendeu saber quanto a autarquia deve a associações e IPSS, e como irá fazer frente às despesas correntes. “Não lhe consigo responder em concreto”, disse Beites, que reafirmou que o Revisor Oficial de Contas está “a apurar a dívida total”, apontando para que na assembleia municipal de fevereiro já possa ter mais informações “que não terão nada a ver com as desta reunião”.

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